Como elaborar um programa de treinamentos corporativos

O aprendizado contínuo dos colaboradores é uma prioridade dentro da sua empresa? Se a sua resposta for negativa, está na hora de repensar a forma como a sua organização está se preparando para lidar com as transformações da era digital. De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial, entre 2017 e 2020, 35% das habilidades necessárias para as vagas em todas as áreas de atuação terão sido substituídas por competências novas, inéditas. O efeito dessa rápida transformação é refletido em um outro dado: 1 em cada 4 trabalhadores americanos já relatam um gap entre as suas habilidades e as habilidades que são necessárias para desempenhar a sua função atual. Em grande parte, isso acontece porque o ensino tradicional ainda insiste em modelos e métodos do século passado. Ao investir nesse modelo, as universidades falham em preparar os profissionais para uma nova realidade em que, ao fim de 4 anos de graduação, muitos dos aprendizados já se tornaram obsoletos. Enquanto isso, as empresas mais inovadoras estão tomando a dianteira e investindo em programas de treinamentos corporativos para qualificar seus times para trabalhar de forma ágil, adaptando-se rapidamente a um cenário de mudanças constantes. Esse movimento, em geral, é encabeçado pela área de RH, que assume um papel cada vez mais estratégico na hora de preparar as empresas para lidar com os efeitos da transformação digital. Quer saber quais são os benefícios de investir no aprendizado contínuo dos seus colaboradores – e como elaborar um programa de treinamentos corporativos que se traduza em mudanças positivas para a empresa? Confira no texto! Por que você deveria qualificar os seus colaboradores As empresas deveriam oferecer mais treinamentos flexíveis para todos os seus colaboradores, tanto efetivos, quanto freelancers. Em muitas empresas, as lideranças são relutantes em fazer isso. Elas se perguntam: “O que acontece se qualificarmos os nossos colaboradores e eles forem trabalhar para a concorrência?” A réplica é simples: “O que acontece se você não fizer isso e eles permanecerem na sua empresa?” Este trecho, retirado de uma matéria do Fórum Econômico Mundial, passa uma mensagem clara: sua empresa não vai chegar longe se não puder contar com pessoas qualificadas para agir nesse cenário de incertezas e mudanças exponenciais. Investir em treinamentos corporativos e na formação contínua dos seus funcionários é a melhor forma de ter no seu time profissionais preparados para adotar metodologias de trabalho mais ágeis, ler as tendências do mercado, identificar mudanças no comportamento do consumidor, propor novas soluções e evoluir rapidamente. Outros benefícios também decorrentes de uma cultura de aprendizado contínuo são: Produtos e/ou serviços mais alinhados às tendências de mercado e necessidades do consumidor. Profissionais mais produtivos e motivados. Mais agilidade nos processos do dia a dia Maior sinergia e difusão de conhecimentos entre a equipe. Profissionais comprometidos e que assumem responsabilidades. Formação de líderes e possíveis sucessores para cargos de gestão. Retenção de talentos. Se a sua empresa ainda não investe na formação contínua dos colaboradores, agora você tem vários bons motivos para começar. Mas… começar por onde?  Na sequência, te contamos como desenvolver um bom programa de treinamentos corporativos. Vamos lá? Como elaborar um programa efetivo de treinamentos corporativos? Elaborar um treinamento corporativo sem antes conhecer as necessidades do seu mercado e os objetivos dos seus colaboradores é uma receita perfeita para o fracasso.  Prova disso é que, embora 63% dos colaboradores nos EUA tenham participado de treinamentos corporativos durante o último ano, as empresas ainda continuam afirmando que faltam pessoas preparadas para desempenhar as funções que o mercado atual necessita. A chave para treinamentos corporativos bem-sucedidos está em um equilíbrio entre a motivação intrínseca do colaborador para continuar aprendendo e a disposição da empresa para criar um ambiente e uma cultura que favoreçam esse aprendizado. (Este outro texto explora mais o assunto, mostrando como é possível criar uma cultura de desenvolvimento contínuo e transformar os colaboradores em protagonistas do seu crescimento profissional.) Agora, vamos ver alguns passos importantes para elaborar um programa de treinamentos corporativos efetivo: 1. Envolver os colaboradores e definir objetivos Assim como é um marco da cultura de inovação criar produtos COM o cliente – e não PARA o cliente – podemos aplicar essa mesma lógica na criação de um bom programa de treinamentos corporativos. Envolver os colaboradores nesse processo ajuda a entender suas dificuldades, seus anseios e entender de que forma eles se relacionam aos objetivos da empresa.  Aliás, antes de elaborar qualquer treinamento, também é preciso definir muito bem os objetivos que a empresa espera atingir com ele – determinando quais resultados tangíveis demonstram que o treinamento foi bem sucedido.  Esses são os primeiros passos para desenvolver um treinamento corporativo que vai se reverter na prática em inovação para a empresa – ao invés de gerar um conhecimento que só fica guardado na gaveta. 2. Personalizar a experiência de aprendizagem Outra grande vantagem de envolver o colaborador na criação de programas de treinamento é que isso possibilita tornar a experiência de ensino e aprendizagem mais personalizada para as suas necessidades – gerando também um maior impacto, engajamento e melhores resultados para a empresa. Para isso, existem definições que podem ser feitas pelos próprios colaboradores, em conjunto com as suas lideranças e os profissionais de recursos humanos, como: Definir seus objetivos de carreira. Identificar seus pontos fortes e de desenvolvimento. Identificar o melhor estilo de aprendizado. E, finalmente, traçar um plano de desenvolvimento equilibrando as necessidades do colaborador com os objetivos e necessidades imediatas da empresa e do mercado. 3. Definir os formatos de treinamento Conhecendo os diferentes perfis de colaboradores – e seus estilos de aprendizagem – é hora de definir os melhores formatos para os seus treinamentos corporativos. Aqui estão alguns modelos que você pode considerar: Treinamentos personalizados para a sua empresa. Mentoria com os profissionais da empresa ou consultores externos. Palestras e eventos das áreas de atuação da empresa e do colaborador. Cursos e webinars online e gratuitos Leitura e discussão de um livro – ou material de estudo – em conjunto (cumbuca). Atividades gamificadas, como quizzes e

Como liderar diferentes gerações

Quando se trata de liderança, um dos maiores desafios dos gestores atuais é saber como liderar diferentes gerações. Afinal, com tantos perfis diferentes entre os profissionais de uma mesma empresa, como saber o que funciona para cada um?  A resposta é: conheça (de verdade) os seus liderados! E “conhecer” não quer dizer saber o nome e as informações do currículo. Não basta dominar o formulário de RH dos colaboradores, é preciso entender qual o combustível que move cada um deles. Conhecer os diferentes perfis que atuam na empresa traz inúmeros benefícios para o engajamento e a produtividade de uma equipe. Além disso, um líder que se comunica de forma assertiva constrói um relacionamento de confiança com os seus liderados. Em seu livro “Os 5 desafios das equipes”, Patrick Lencioni aborda as principais razões pelas quais algumas equipes não atingem suas metas. A primeira delas é a ausência de confiança, que impede a existência de conflitos construtivos. Não passar confiança para a sua equipe faz com que os colaboradores guardem mágoas, sejam menos colaborativos e se sintam inseguros para pedir ajuda quando necessário. Isso cria um ambiente de trabalho estressante e prejudica a performance de todo o time. Para construir uma relação de confiança com os seus liderados, é preciso ter uma dose de vulnerabilidade, expor os próprios erros e dúvidas para mostrar que você também tem seus desafios pessoais. Além disso, entender as diferentes gerações é essencial. Conheça as 4 principais gerações que fizeram e fazem parte do mercado de trabalho e saiba como engajá-las. Quais são as gerações? Baby Boomers Geração X Millennials ou Geração Y Geração Z As principais diferenças entre as gerações Por que cada vez mais as gerações estão se encontrando no mercado de trabalho? Os diferentes perfis profissionais 4 vantagens de equipes com diferentes faixas etárias Disposição e experiência na equipe  Aprendizado coletivo  Estímulo à criatividade organizacional  Contribuição para a inovação Como liderar os diferentes gerações e perfis profissionais Quais são as gerações? Demarcar as gerações não é uma ciência exata e é mesmo por isso que existem variações entre os períodos de cada uma. Apesar de não existir uma unanimidade, algumas características são comuns entre as pessoas nascidas em mesmos períodos. Os nomes das gerações são: Baby boomers – nascidos de 1945 a 1960 Geração X – nascidos de 1961 a 1980 Geração Y ou millennials – nascidos de 1981 a 2000 Geração Z – nascidos a partir de 2000 É importante comentar que as gerações reúnem características de indivíduos que foram influenciados por um mesmo contexto histórico e que refletiu diretamente nos seus comportamentos, costumes e valores. Esses comportamentos podem ser observados especialmente em ambientes organizacionais.  Abaixo, você confere algumas características de cada uma das gerações e como elas costumam se comportam no mercado de trabalho. Baby Boomers Essa geração é formada por pessoas que viveram em uma época de guerras, com mais escassez e responsabilidades individuais. O lema dessa geração no mercado de trabalho é manter as coisas simples, fazer o essencial com excelência. Esse comportamento tem muito a ver com a Revolução Industrial, que sistematizou as funções para ter resultados padronizados. Nessa época, os colaboradores tinham horário para entrar e sair do trabalho. Eram 8 horas de lazer, 8 horas de descanso e 8 horas de trabalho, por isso, vida pessoal e profissional eram totalmente separados. Além disso, é uma geração marcada por criar uma relação muito forte com os seus empregadores. Nesse vínculo de muita lealdade, os baby boomers tendem a ficar muitos anos dedicados na carreira e em uma mesma posição na empresa.  Com trabalhos mecânicos e repetitivos, a produtividade estava diretamente ligada ao tempo de dedicação. Quando mais tempo você trabalhasse, maior seria a sua entrega. Geração X Essa geração cresceu em uma época de pós-guerra e pós-revolução industrial. Seu lema era trabalhar para ser recompensado, ou seja, dedicavam-se para poder usufruir dos frutos de seu trabalho no futuro. Diferente dos baby boomers, por conta desse olhar para o futuro, o período de trabalho começou a se estender para o happy hour, sendo essa uma oportunidade de fazer networking. A geração X buscava prestígio através de diplomas, MBAs e outras formas de certificação profissional, afinal, tudo que alimentasse o currículo era bem-vindo. Essa mentalidade voltada para o enriquecimento do histórico profissional fez com que a geração adquirisse o costume de ser workaholic, e isso era visto como algo positivo. Seguindo o movimento de abertura do mercado, a geração X começou a ter uma visão empreendedora ainda dentro das companhias, e ela foi a primeira geração a ter mais contato com as novas tecnologias.  Millennials ou Geração Y Nascidos a partir dos anos 1980, essa geração acredita em aproveitar o trajeto. A felicidade não está só no início ou no fim, mas no caminho. Eles valorizam o dia a dia e procuram propósito no que fazem. O prazer está diretamente relacionado à realização profissional. Diferente da geração X, que buscava certificações formais, os Millennials acreditam na efetividade de meios informais de educação, em que não existem hierarquias e o acesso ao conhecimento pode acontecer a toda hora. Por conta dessa constante sede pelo aprendizado, a vida pessoal e profissional dessa geração passou a se misturar e é comum que pessoas da geração Y sejam adeptas e até prefiram o home office, especialmente pela sua relação de dependência com a tecnologia e pela visão globalizada da geração.  Geração Z As pessoas que formam essa geração são as primeiras nativas digitais, ou seja, não precisaram passar por um período de adaptação às tecnologias como os Millennials. Segundo a ZeroCarter, 98% da geração já possui um smartphone e 40% já se considera viciada no aparelho. Ao mesmo tempo, 80% dos usuários se sentem menos estressados quando largam o celular. Ou seja, a geração tem consciência dos malefícios do uso excessivo da tecnologia, mas já vive em uma época totalmente conectada. No mercado de trabalho, a Geração Z é pragmática e prefere conversas cara a cara. 75% dessas pessoas preferem ter mais de