O que é design thinking e como usar essa abordagem para resolver problemas

O que é design thinking As formas tradicionais de resolver problemas já não dão conta dos desafios que as empresas enfrentam. O design thinking é uma abordagem de pensamento centrada no usuário, criada para resolver problemas complexos de formas criativas. É, por exemplo, substituir “vou construir uma cadeira” por “como posso ajudar as pessoas a descansarem melhor?”. Trocar “vou fabricar um carro” por “preciso ajudar a resolver os desafios de mobilidade urbana”. A metodologia é cada vez mais popular entre empresas que querem lançar novos produtos no mercado ou trabalhar com inovação. A origem do conceito A origem do termo Design Thinking é atribuída a dois sujeitos do Vale do Silício, na Califórnia (EUA). Tim Brown, CEO da consultoria de inovação IDEO, e seu sócio David Kelley, professor na Universidade de Stanford. Os dois publicaram, em 2009, o livro “Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim de velhas ideias”. Mas a prática de adaptar o pensamento do design para outros segmentos da indústria é mais antiga do que o termo. A própria IDEO utiliza estas ferramentas para as empresas de tecnologia do Vale do Silício desde que foi fundada, em 1991. Outro poder do design thinking é permitir que floresçam soluções criativas. Mesmo em ambientes quadrados e com equipes que não estão acostumadas a exercer sua criatividade. Por que utilizar o design thinking e quando aplicá-lo O mundo está mudando rápido. Indústrias que permaneceram praticamente inalteradas nos últimos 100 anos são, de repente, atingidas com uma avalanche de mudanças. Caso das fabricantes de carros e de combustíveis fósseis, impactados pela conscientização ambiental; e da indústria alimentícia, que precisa se adaptar à conscientização crescente com a alimentação saudável. Por isso a necessidade de criar produtos novos, adaptados às novas necessidades dos consumidores, é cada vez maior. A criatividade e a inovação deixou de ser um diferencial, e passou a ser uma questão de sobrevivência. Para encontrar novas respostas (para problemas que sequer existiam antes) o design thinking cai como uma luva. A ferramenta é muito utilizada para o lançamento de novos produtos e serviços porque é nesta hora que a maior parte das empresas se depara com a necessidade de inovar. Mas as ferramentas podem e devem ser utilizadas em outros projetos por empresas que buscam construir uma cultura de inovação. Algumas companhias chegam a utilizar o design thinking para revisitar toda a sua estratégia. E algumas chegam  à dura conclusão de que é preciso recriar seu modelo de negócios. As montadoras, por exemplo, estão deixando de ser “fabricantes de carros” para serem “provedoras de solução em mobilidade”. O conceito é utilizado por companhias que querem inovar, em momentos em que elas precisam de método para organizar o processo criativo. Como funciona o processo de design thinking O processo de criação pelo design thinking conta com três ciclos: inspiração (ou imersão), ideação e implementação. São ciclos que se retroalimentam. Observar como um usuário utiliza um protótipo, por exemplo, pode trazer ideias que alimentam o ciclo inspiracional, que leva a novos projetos e produtos (e assim sucessivamente). O grande objetivo é criar um processo de criação que ocorra com as pessoas e não para as pessoas. Nos modelos tradicionais, as empresas passam meses desenvolvendo um produto para só lançar quando estiver tudo “redondo”, com a versão final. Fase 1: Imersão A primeira fase do design thinking é a imersão. É o momento de mergulhar no problema, encontrar suas origens e de compreendê-lo — tanto do ponto de vista do cliente (do que ele precisa?) quanto da empresa (o que ela pode oferecer como solução?). A imersão muitas vezes é divididas em duas etapas: preliminar e em profundidade. A imersão preliminar ajuda a delinear o problema e a definir se a equipe está no caminho certo. A imersão em profundidade é o momento do “mergulho”, para entender todos os aspectos possíveis e imagináveis do problema. É a hora de abrir portas, abrir a cabeça para dezenas de possibilidades. A imersão implica em ir para rua, conversar com pessoas, conhecer realidades diferentes. Tudo para tentar se colocar no lugar do usuário. Algumas ferramentas utilizadas nesta fase são: pesquisa exploratória, reenquadramento , pesquisa desk, entrevistas, sessões generativas e cadernos de sensibilização. Fase 2: Ideação A ideação no design thinking é a fase do brainstorming. É o momento de pensar fora da caixa — de destruir a caixa. É o momento de pensar em soluções inovadoras que possam solucionar os problemas elencados ao longo da jornada. A maioria das soluções inovadoras elencadas na fase de ideação vai ser descartada ou deixada de lado. Isso não é problema, pois este é um momento de estimular a criatividade da equipe. O objetivo é transformar a criatividade em cocriação, ou seja, aproveitar as ideias que surgem para desenhar novos projetos  passíveis de implantação. O processo de ideação é de criatividade direcionada. Várias técnicas podem ser aplicadas nesta fase para auxiliar a equipe a depurar e organizar as ideias. Algumas das ferramentas utilizadas nesta fase são: mapa de empatia, diagrama de afinidade, construção de personas, mapa conceitual, jornada do usuário e blueprint. Fase 3: Implementação A terceira fase do design thinking é de implantação da solução que foi lapidada ao longo dos estágios anteriores. Também é conhecida como prototipação, já que o objetivo é criar um protótipo que permita testar a viabilidade daquela solução no mercado. Nos métodos tradicionais, o protótipo é muito similar a uma versão acabada do produto. Ele é produzido após a fase de pesquisa e planejamento. Muitas vezes a estratégia de mercado já está totalmente definida, e a principal função do protótipo é ser uma versão de teste. Já no design thinking o protótipo é parte da pesquisa. Ele deve sair do papel com o mínimo necessário para ser testado pelo mercado. É o conceito de MVP: mínimo produto viável (na sigla em inglês). O protótipo permite que o produto seja mercado diretamente com o mercado. Estes testes geram aprendizados que permitem ajustes de rota visando a melhoria do produto. Casos reais de aplicação ESPN: reformulação de site com