Se você não está fora da sua Zona de Conforto, você não está crescendo

Você já deve ter ouvido a expressão “a vida começa fora da zona de conforto”. Mas o que ela quer dizer? Que aqueles que vivem em uma grande kingsize do Conforto não estão vivendo?

Não exatamente! O que essa frase quer dizer vai um pouco além da parte fisiológica da vida, do comer, beber e respirar. Ela refere-se ao crescimento pessoal, ao potencial de desenvolvimento humano.

Antes de falar sobre isso, vamos entender um pouco melhor o que é a Zona de Conforto.

O que é a Zona de Conforto?

Zona de Conforto é uma área na qual suas atividades e comportamentos se encaixam em uma rotina que minimiza o stress, a ansiedade e o risco. Essa área fornece uma sensação de familiaridade, segurança, estabilidade e controle.

Em termos práticos, imagine algo que você faz todos os dias, como cozinhar pratos simples, ir ao trabalho ou assistir TV. Atividades de rotina que não fazem você se sentir ansioso ou desconfortável, mas que também não te desafiam. Eis aí a sua kingsize do Conforto.  Realizando estas atividades você se sente, como dizemos, “em casa”.

E sim, essa área é confortável, mas pensando sobre crescimento pessoal, o conforto que essa região proporciona não é algo necessariamente bom.

Por quê?

Porque na sua zona de conforto você não está crescendo, não está se desenvolvendo, não está aprimorando alguma habilidade… pois faz apenas as mesmas coisas de sempre, com a mesma intensidade de sempre.

Por consequência, há pouca ou nenhuma evolução. Você só evolui quando faz coisas novas ou quando eleva um pouco o nível de dificuldade do que está fazendo e tenta ir pelo menos um pouco além do seu limite. Quando, enfim, assume o risco de tentar algo que talvez não dê certo.

E isso gera stress, ansiedade, medo, sentimentos que estamos acostumados a enxergar como terríveis e, consequentemente, muitas vezes evitamos a todo custo, o que faz com que muita gente tenda a permanecer na Zona de Conforto.

Porém, vale dizer uma coisa:

Um pouco de ansiedade não é algo tão terrível assim

Sentir ansiedade é algo natural, faz parte do ser humano.

O desconforto que esse sentimento provoca geralmente pode indicar situações que estão promovendo o nosso crescimento.

Lembre-se, por exemplo, do seu primeiro dia em um novo trabalho. No início você provavelmente se sentia um pouco desconfortável. “Será que eu vou dar conta? Será que as pessoas vão gostar de mim?”. São preocupações naturais de um momento como esse.

Contudo, você enfrentou a situação e, com o tempo, muito provavelmente essas preocupações deixaram de existir, ou ao menos foram significantemente reduzidas. Você se tornou melhor.

A ciência também fundamenta esse raciocínio

Através de pesquisas científicas, os psicólogos Robert M. Yerkes e John Dodson mostraram que um estado de “conforto” gera um desempenho estável em alguma atividade. Para maximizar o desempenho, porém, é necessário um estado de relativa ansiedade, um estado em que nossos níveis de stress estão levemente mais elevados do que o normal, e que só é alcançado quando estamos fora da nossa zona de conforto. Isso é chamado de “Ansiedade Ótima”, momento em que a ansiedade trabalha a favor do seu desenvolvimento.

Contudo, é preciso ter cuidado: elevar demais a ansiedade ou o stress pode gerar o efeito inverso e te colocar na Zona do Pânico, quando nos afastamos demais da nossa Zona de Conforto é onde nosso desempenho diminui, ao invés de aumentar. Não dá para querer ir do 0 a 100 de uma única vez: é preciso ir do 0 ao 1, depois ao 2, ao 3 e assim por diante, até o 100.

Estratégias simples para encarar o desconforto com segurança

Sair da Zona de Conforto pode parecer assustador à primeira vista, mas é um passo essencial para o crescimento pessoal. Uma dica prática é começar com pequenas mudanças na rotina: experimente um novo trajeto para o trabalho, aprenda algo novo por meio de vídeos ou livros, ou aceite tarefas diferentes no seu dia a dia. O segredo está em dar pequenos passos que te desafiem sem causar pânico.

Outra estratégia eficaz é se colocar em situações que gerem um leve desconforto, como conversar com alguém novo ou apresentar uma ideia em público. Esse tipo de estresse leve, chamado de “ansiedade ótima”, pode impulsionar sua autoconfiança e ampliar seus horizontes.

Além disso, é importante cultivar uma mentalidade de aprendizado constante. Encare os erros como parte do processo de evolução, não como fracassos. Estabeleça metas realistas e vá aumentando o nível de dificuldade gradualmente. Assim, você evita entrar na chamada “Zona do Pânico”, onde o excesso de ansiedade pode ser prejudicial.

Lembre-se de celebrar suas conquistas, por menores que sejam, e de se permitir momentos de descanso, afinal, o conforto também tem seu valor. O ponto-chave é o equilíbrio: usar o conforto como base, mas sempre com o olhar voltado para novos desafios que estimulem seu desenvolvimento pessoal.

Cada um de nós possui uma Zona de Conforto diferente.

É preciso, portanto, entender qual é a sua e buscar formas de, gradativamente, sair dela, caso você esteja buscando crescimento. Só tome cuidado para não sair longe ou rápido demais e entrar na Zona do Pânico.

Por fim, vale dizer que ficar na Zona de Conforto não é de todo mal. Afinal, estar o tempo todo levemente ansioso e estressado seria muito desgastante. Muitas vezes precisamos de um bom e velho conforto que nos acalme e dê uma sensação de estabilidade.

Apenas cuide para não se acomodar e ficar tempo demais por lá. O seu crescimento pessoal está em jogo.

“As melhores coisas da vida estão esperando por você logo ali, um pouco adiante da sua Zona de Conforto”- Karen Salmansohn

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Angela Bicalho

Escrito por

Publicitária de formação pela ESPM, Angela adora criar conexões reais entre marcas e pessoas. Com atuação na área de experiência do cliente (sim, isso é importante!) e um foco afiado em marketing e branding, ela lidera projetos e equipes combinando análise precisa com uma boa dose de criatividade para resolver problemas. Estratégica e mão na massa, transforma desafios em oportunidades que fazem a diferença.

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