Resiliência.
Você já deve ter ouvido essa palavra antes. Esse é um conceito cada vez mais conhecido e tem se tornado bastante popular, e muitas pessoas acreditam que essa é uma habilidade comum entre os profissionais de destaque.
Mas você sabe o que é resiliência?
Vinda do mundo da física, a resiliência é a capacidade de voltar ao seu estado normal depois de sofrer pressões que poderiam ser deformadoras. Com essa ideia, a pessoa resiliente é aquela que, mesmo sendo pressionada, consegue retornar à sua forma original.
Conseguir suportar pressões é uma habilidade importante, claro, mas talvez só ela não seja mais suficiente. Vamos explicar o porquê.
Imagine a seguinte situação: enquanto uma pessoa está resfriada, o sistema imunológico está trabalhando duro para combater aquilo que está causando o resfriado.
Ao longo desse processo, as células de defesa se especializaram ainda mais para combater aquele agente causador e, na próxima vez que a pessoa ficar resfriada, essa defesa vai ser mais rápida e assertiva porque o sistema imunológico já sabe exatamente como agir.
Assim, quando a pessoa se recupera do resfriado, ela não está apenas saudável, e sim mais preparada para enfrentar novamente aquele agente que causou o resfriado.
Esse exemplo mostra como o nosso organismo é antifrágil, e não só resiliente e resistente.
Mas agora você pode estar se perguntando: ser resiliente não é o oposto de ser frágil? E antifrágil não é o mesmo que ser resistente? Qual a diferença entre robusto e resiliente?
São ideias diferentes. Para entender a diferença entre elas, começamos com o conceito de frágil: é aquilo que é danificado e estraga com facilidade quando existe uma pressão externa.
O robusto é aquele que não se modifica mesmo quando é pressionado. Diante de pressão e mudança, o resistente é aquele que tem mais dificuldades de aceitar e se adaptar à elas. O resiliente é aquele que suporta situações extremas mas, quando a pressão acaba, consegue voltar ao seu estado original.
Já o antifrágil é exatamente o oposto de frágil: é aquele que consegue melhorar e crescer mesmo em situações inesperadas, com mudanças e pressão. Percebeu a diferença entre eles?
O conceito de antifrágil foi criado pelo libanês Nassim Taleb, que é economista e filósofo. No livro “Antifrágil: Coisas que se beneficiam com o caos”, de 2012, Taleb fala que ser antifrágil é crescer e melhorar mesmo em situações improváveis e imprevisíveis, é ser mais do que resiliente.
Isso se aplica no nosso dia a dia: ao sermos pressionados, podemos buscar o crescimento e desenvolvimento. Com isso, a ideia de ser resiliente e voltar à posição “normal” sem alterações não é mais suficiente – nessas situações de pressão, é preciso absorver e assimilar os aprendizados que surgem.
Além disso, a pessoa que é resiliente pode se sentir bloqueada diante de desafios, enquanto alguém antifrágil entende que é preciso (e possível) crescer nos momentos de pressão intensa. Assim, a cada situação inesperada que acontece, o antifrágil sai ainda mais fortalecido.
A sugestão de leitura não poderia ser outra. No livro “Antifrágil – Coisas que se beneficiam do caos”, de Nassim Taleb, você vai entender o conceito de antifrágil e todas as suas aplicações.
No livro, Taleb explica com detalhes o neologismo criado por ele e mostra vários exemplos de situações que se beneficiam com o caos. O autor enfatiza bastante a necessidade do conflito como um fator que impulsiona o avanço, já que nos sentimos provocados a seguir em frente.
A resiliência costuma ser uma habilidade muito bem-vista nos processos seletivos. Para as empresas, o profissional resiliente é aquele que aguenta ser pressionado. Mas, talvez, essa habilidade sozinha não seja mais suficiente para os profissionais que querem se destacar no mercado.
Isso porque a pessoa resiliente é como uma mola: quando a pressão acaba, ela volta ao normal como se nada tivesse acontecido. Ou seja, depois de uma situação inesperada, o retorno é para o mesmo ponto de partida. E o profissional de destaque deve usar estas situações de pressão justamente para se desenvolver cada vez mais.
Muitas pessoas costumam evitar situações de pressão ou mesmo mudanças que as impeçam de percorrer um caminho seguro e confiável. Por outro lado, a antifragilidade transforma essas mesmas situações inesperadas em grandes possibilidades de crescimento e desenvolvimento.
Ao ser antifrágil, os riscos e incertezas presentes nos mais diferentes cenários são entendidos como fatores positivos, já que existe o crescimento especialmente nesses contextos incertos.
Por isso, o profissional antifrágil é aquele que se destaca de verdade: mesmo em situações inesperadas ou de extrema pressão, ainda assim ele busca o seu aperfeiçoamento.
Ser antifrágil está diretamente relacionado à inteligência emocional, afinal, tudo gira em torno da maneira que você administra suas emoções – mesmo em situações inesperadas e de muita pressão.
Avaliar como está a sua inteligência emocional pode ser um bom primeiro passo para ser antifrágil. Por isso, preparamos um diagnóstico sobre inteligência emocional que você pode fazer aqui. Além de ver os seus pontos fortes, confira como você está fazendo a gestão das suas emoções.
Se você quer estar preparado para viver em um mundo de incertezas e quer ser antifrágil para se beneficiar com o inesperado, você deve priorizar a sua inteligência emocional.
Para começar, que tal conferir 8 dicas infalíveis para desenvolver a sua inteligência emocional? A Jéssica Tonello, professora da Conquer, gravou um vídeo para você administrar suas emoções, mesmo em situações imprevisíveis e improváveis.
Além do aspecto profissional, a antifragilidade pode ser muito importante em outros momentos das nossas vidas. Em cenários de incertezas, a resiliência pode ser uma boa saída, mas a antifragilidade pode nos levar além.
Estamos cada vez mais expostos a cenários incertos e, em muitos momentos, o inesperado é a única certeza que temos. As regras do jogo mudam em um piscar de olhos e precisamos estar prontos para tantas mudanças.
Mais do que estar preparados, precisamos nos adaptar e aproveitar as oportunidades que surgem para crescermos e nos desenvolvermos. A antifragilidade transforma a maneira que vemos o mundo: o que antes poderia ser visto como volátil e incerto passa a ser interpretado como a constante possibilidade de crescimento, mesmo que em meio à tantas incertezas.
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