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Como ficar na memória do recrutador

Hoje eu quero deixar duas dicas sobre entrevistas de emprego. Todo mundo que já foi entrevistado sabe que é normal ficar nervoso, afinal estamos sendo avaliados. Por isso, às vezes […]
05 abr, 2019
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Hoje eu quero deixar duas dicas sobre entrevistas de emprego. Todo mundo que já foi entrevistado sabe que é normal ficar nervoso, afinal estamos sendo avaliados. Por isso, às vezes alguns deslizes são comuns devido a este nervosismo.

Quero começar falando sobre aquelas pessoas que, quando convidadas a relatar a sua experiência profissional, ou se resumem demais ou se expandem demais.

Eu explico: a pessoa está tão tensa que resume 10,15 anos de carreira em dois minutos. Ou então ela faz o inverso: começa a contar sua experiência de mais de 30 anos nos mínimos detalhes. Conta desde que começou como estagiário, oferecendo uma riqueza de informações desnecessária.

Eu não via esse tipo de comportamento apenas quando era headhunter. Na verdade, continuo a ver com frequência nas entrevistas simuladas que faço com os meus clientes. Por isso te digo: isso é treino.

Só quando fizer esse relato várias vezes é que você vai encontrar o equilíbrio entre o que é relevante falar sobre a sua experiência profissional e o tempo de que pode dispor para isso.

Para você ter uma ideia do que pode ser considerado como um tempo adequado, eu diria que um profissional que tenha trabalhado em 4 ou 5 empresas pode dispor de dez minutos para falar sobre a sua história profissional sem cansar quem está lhe ouvindo.

Minha sugestão é que você anote tudo o que considera interessante dizer. A partir daí, faça um treino, contando o tempo que levará para falar tudo o que acha necessário. Dessa forma, você poderá saber se está sendo cansativo ou não para quem ouve.

Outra estratégia super válida é gravar os seus treinos. Quando você for ouvir esse áudio, pode se dar conta não apenas do tempo que levou, mas de outros problemas também, como estar sendo repetitivo ou cometer alguns erros de Português ao falar, por exemplo.

Na minha assessoria para recolocação, gravamos as entrevistas “simuladas” em vídeo, pois considero bem importante para o cliente se ver em uma situação de entrevista. Isso proporciona muito aprendizado e ajuda a evitar alguns comportamentos quando ele estiver diante do recrutador.

E agora eu quero te ajudar a ficar na memória do headhunter. Você sabe que ele entrevista muita gente no mesmo dia. Então, quanto mais você puder fazer para se distinguir da maioria, melhor. E eu sugiro algo que vai te ajudar muito nisso: conte histórias.

Com certeza você já leu um livro ou assistiu a uma palestra e, com o tempo, se esqueceu da maioria dos detalhes, mas as histórias contadas permaneceram até hoje.

Isso acontece porque as histórias são um gatilho mental muito poderoso. Vou te dar um exemplo do que quero dizer: ano passado eu conversei com uma secretária executiva e ela estava interessada em se tornar minha cliente.

Tratava-se de uma pessoa bem comunicativa. Em um determinado momento, ela começou a me contar sobre como era a sua rotina no antigo emprego, mencionando que seu patrão viajava muito e que era responsabilidade dela cuidar de toda a logística da viagem.

Entre as suas atribuições estavam, por exemplo, a reserva das passagens e do hotel. Até aí, tudo bem. Não estranhei isso porque a maioria das secretárias faz esse tipo de trabalho.

Foi aí que ela me disse que próximo ao retorno do seu chefe, ela abastecia o carro dele, fazia contato com a diarista para saber se a casa estava limpa, ia ao supermercado, abastecia a geladeira e tudo o mais que fosse necessário para que ele e sua família tivessem um retorno tranquilo e não se incomodassem com estes detalhes.

Eu confesso que fiquei imaginando essa mulher em ação e pensando que, se pudesse, certamente a contrataria para trabalhar na minha empresa. Ela era tudo o que eu precisava. As histórias contadas tornaram aquele momento mais leve e nada cansativo. E eu cheguei a sonhar com ela, rs.

No fim, ela nem virou minha cliente. Hoje já se recolocou no mercado de trabalho por sua própria conta, mas por duas vezes eu indiquei seu trabalho a outras pessoas. Isso tem mais de um ano, mas a história está aqui guardada. Por isso, todas as vezes em que você precisar que o headhunter não se esqueça de você, tente contar uma história que retrate bem as suas competências. É assim que você fará com que suas qualificações sejam lembradas.

Tenho orientado alguns clientes a fazerem uma linha do tempo sobre suas biografias profissionais. É muito simples: faça uma linha, um gráfico ou uma tabela e coloque os principais marcos das suas carreiras: desafios, projetos importantes, bons resultados, promoções, viagens internacionais. Tudo cronologicamente e se possível, insira algumas histórias para ilustrar certos marcos. Depois, treine e se possível grave. Antes da entrevista, na recepção mesmo, olhe o material e ouça o seu melhor relato. Tenho certeza de que este exercício lhe dará destaque no momento da entrevista.Tais Targa é Job Hunter, Especialista em Recolocação e Carreira, Psicóloga, Coach e Mestre em Educação. Reconhecida como uma das 15 brasileiras que mais influenciaram o LinkedIn em 2016 – LinkedIn Top Voices. Vlogueira, Palestrante, Escritora, viciada em redes sociais e Diretora da empresa TTarga Carreira e Recolocação.

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