Eu sou um procrastinador. Não em tudo, mas em algumas coisas. Eu também tenho um nível moderado de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) — que faz com que eu organize os documentos do meu computador nas pastas certas, renomeie todos os arquivos para que fiquem uniformes e tente sempre deixar tudo bem arrumado.
É uma perda de tempo.
Pode ser que você também seja assim, ou perca tempo em atividades diferentes. Ficar clicando em diferentes links sem nenhum objetivo. Rolar a timeline do Facebook/Twitter/Instagram por horas. Assistir um vídeo engraçado de gato atrás do outro no Youtube.
Qualquer que seja o seu vício — a maioria de nós têm hábitos que são uma grande perda de tempo.
Há algum tempo, eu me encontrei com um grande empreendedor em seus 60 e poucos anos. Sua lista de conquistas era impressionante — para dizer o mínimo. Quando perguntei qual era sua história, como ele se tornou tão bem sucedido e se manteve assim por quatro décadas e, ainda, como foi que ele conseguiu administrar todos os seus empreendimentos sem enlouquecer, a resposta foi: “Faça tudo com propósito”.
Depois que eu provavelmente olhei pra ele meio confuso, ele continuou explicando: tudo o que ele fazia, todas as ações que tomava, ele fazia com intenção e propósito. Se ele decidisse passar um tempo com seus filhos e brincar — ele fazia com intenção e propósito. Quando ele escrevia um e-mail — todo o seu foco ficava voltado para aquele e-mail na sua frente. Quando eu perguntei se ele procrastinava em algum momento, ele riu e disse que, claro, ele passava um tempo fazendo coisas que não faziam grande diferença — mas, quando fazia isso, ele ainda fazia com intenção e propósito. Em suas próprias palavras, ele precisava desse tempo para limpar os pensamentos, renovar e reenergizar ou simplesmente permitir que a mente dele viajasse um pouco. Ele só não deixava que isso simplesmente acontecesse — ele fazia a escolha consciente de assistir um programa dispensável na televisão.
Desde a nossa conversa, eu adotei a mesma prática. Eu ainda acabo procrastinando e cedendo ao TOC — mas agora eu faço isso com consciência e propósito. E como faz diferença!Artigo traduzido do The Heretic, canal de artigos com a opinião de Pascal Finette, VP da Singularity, Universidade do Futuro.
*Tradução livre e adaptada com autorização do autor.