Netflix, Google, Apple e Amazon. O que todas essas empresas têm em comum? São amplamente descritas como algumas das empresas mais inovadoras da história.
Apostando em campos como streaming, nuvem, Inteligência Artificial e algoritmos poderosos, ao analisar a disrupção causada por essas empresas, muitas pessoas podem ter a interpretação errada do que realmente está por trás de toda essa inovação.
Não se deixe enganar. Inovação não é sobre tecnologia.
Inovação é sobre pessoas.
Quase todas as empresas, hoje, sejam elas grandes, médias ou pequenas, estão de olho em termos como inovação e disrupção.
Estar atento a isso é, sem dúvidas, condição necessária para que essas empresas se mantenham relevantes. O problema, contudo, é que boa parte das pessoas e empresas pensam que “inovação” e “tecnologia” são a mesma coisa.
E não pense que essa interpretação é feita apenas por gestores de pequenas e médias empresas. Até mesmo gestores de grandes empresas muitas vezes tem dificuldades em diferenciar inovação de tecnologia.
Possuir um programa interno de inovação ou trabalhar com diversas startups não garante que uma empresa vai ser inovadora. Ao invés de buscar entender o que os clientes realmente querem, muitas empresas concentram seus esforços apenas em tecnologia.
Muitas empresas criam incubadoras e aceleradoras corporativas sem muitas vezes saberem realmente o que querem com todo aquele processo. Abrir um espaço, excluir o dress code e adicionar uma mesa de ping-pong não são garantias de inovação.Ter um escorregador não faz da sua empresa ser necessariamente inovadora.
Muitas vezes, o problema da inovação tem a ver com a percepção dos próprios colaboradores da empresa sobre o conceito de inovação. Se não estiverem alocadas em determinadas áreas (como Pesquisa e Desenvolvimento, por exemplo), muitas pessoas não irão se ver como inovadoras.
É aqui onde muitas empresas erram. Inovação não tem a ver com uma área específica da empresa ou com a última tecnologia lançada. Inovação é, sobretudo, sobre pessoas.
Se quiserem se transformar em empresas inovadoras, as organizações jamais podem depender de um “time de inovação”, como se houvesse um grupo de iluminados que são responsáveis por todas as disrupções que acontecerão na empresa.
O ponto-chave para qualquer empresa se tornar uma empresa inovadora tem a ver com a criação de uma cultura que possibilita a inovação por parte das pessoas. Em empresas inovadoras como IDEO, Google ou Netflix, todos os funcionários são incentivados e capacitados a inovar.
Ao invés de depender de “silos” de inovação, empresas que apostam e abrem espaço para a inovação vinda de todos os seus funcionários sem focar, necessariamente, em tecnologia tornam-se grandes redes de potenciais inovadores.
Google, Amazon e Apple são empresas inovadoras pois seus líderes se concentram em mudar o mindset de seus funcionários, mostrando que a inovação não é restrita a apenas uma área da companhia.
Além disso, uma cultura e processos organizacionais que possibilitem a inovação são indispensáveis, antes mesmo da decisão sobre qual tecnologia usar.
“Inovação não tem nada a ver com quantos dólares de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) você tem. Quando a Apple surgiu com o Mac, a IBM gastava pelo menos 100 vezes mais em pesquisa e desenvolvimento. Não se trata de dinheiro. É sobre as pessoas que você tem (…)” – Steve Jobs
Empresas que pensam que inovação é igual a tecnologia tiram da equação um elemento essencial: as pessoas.
Um report da Protiviti, demonstra que inovação é a preocupação número 1 para diretores, CEOs e executivos em 2019. Contudo, estima-se que 70% de todas as iniciativas relacionadas à inovação e transformação digital das empresas não atingem seus objetivos. Por que a maioria dos esforços em inovação não são bem-sucedidos?
Muitos gestores fazem a confusão da qual falamos antes: de que inovação e tecnologia são a mesma coisa. E já que a tecnologia possibilita diversos ganhos de eficiência, muitas vezes ela pode acabar ampliando as falhas das empresas, ao invés de ajudar na inovação.
Se você quer que sua empresa seja realmente inovadora, não foque na tecnologia. Tecnologia é apenas um artefato. Foque nas pessoas.
A inovação não é necessariamente apostar em uma invenção tecnológica ou em um desenvolvimento de produto. A inovação pode ser, por exemplo, um novo processo operacional que reduz custos. A inovação é, sobretudo, um estado mental. Tem a ver com a cultura da sua empresa.
A mentalidade inovadora deve vir das pessoas da sua empresa, jamais de um fluxograma.
Embora seja focada no mercado de software, Bill Gates possui uma frase atemporal sobre inovação:
“A inovação de software, como quase todos os outros tipos de inovação, exige a capacidade de colaborar e compartilhar ideias com outras pessoas, sentar-se e conversar com os clientes, obter feedback e entender suas necessidades.” – Bill Gates
Como tornar sua empresa mais inovadora? Como conseguir que seus colaboradores desenvolvam um modelo mental inovador?
Para Alex Goryachev, especialista de inovação da Cisco, existem algumas práticas para tornar sua empresa mais inovadora:
Pesquisas demonstram que 70% dos funcionários norte-americanos estão desmotivados ou emocionalmente descontentes com seus empregadores. Muitas vezes, isso ocorre pois os funcionários não sentem que possuem uma voz ativa na organização.
Ouça seus funcionários e tenha certeza de que todos eles sentem que estão contribuindo significativamente para que a empresa (e, consequentemente, todos) atinja seus objetivos.
Como já falamos, o erro de muitas empresas está em achar que inovação tem a ver com tecnologia ou com times de inovação. Para que sua empresa realmente se torne uma empresa inovadora, deixe claro que a inovação não pertence a uma determinada área do negócio.
Todas as áreas e todos os indivíduos devem estar sempre pensando em como melhorar a experiência dos clientes, diminuindo atritos e criando soluções de conveniência para eles.
Equipes formadas por pessoas com o mesmo background e o mesmo ponto de vista raramente atingem altos níveis de disrupção. Sempre que possível, é interessante reunir pessoas diferentes em torno do mesmo problema, para que elas possam trazer diferentes experiências e pontos de vista.
Aqui, vale apostar em equipes diversificadas, seja em gênero, etnia ou origens culturais, seja em níveis de educação e idade.
De nada adianta que os gestores da sua empresa falem sobre inovação e que seus colaboradores estejam alinhados com a missão da empresa se, no momento em que eles tentam inovar, são repreendidos.
Grandes inovações tem a ver, sobretudo, com experimentações e testes. Incentivar o intraempreendedorismo (mentalidade empreendedora dentro das organizações) é fundamental para que uma cultura inovadora floresça e disrupções apareçam.
Pessoas extremamente inovadoras podem ser podadas se os processos da sua empresa não permitem experimentações. Da mesma forma, pessoas que não se vêem como inovadoras podem contribuir bastante se você dá a elas o espaço necessário para que experimentem coisas novas.
Lembre-se sempre: Inovação é sobre pessoas, não sobre tecnologia.
Antes de aderir àquele software sobre o qual estão todos falando, pergunte-se:
Perguntar-se “por que?” antes de “o que?” é essencial para que sua empresa inove focando sempre no cliente, não na última tecnologia da moda.
Inovação é sobre pessoas. As da sua empresa e os seus clientes.
Se você gostou desse conteúdo, saiba que ele é apenas a ponta do iceberg. Foi justamente pensando em fornecer conteúdo para ensinar às pessoas sobre inovação, disrupção e negócios inovadores que surgiu o AAA.
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