Com a pandemia da Covid-19, vimos uma grande crise se instaurar no Brasil e no mundo. Com esse cenário, a Bolsa de Valores sofreu uma das piores quedas da história.
Mas se você pensa que esse cenário de incertezas não movimentou os investimentos, os números mostram o contrário: entre março e abril de 2020, a Bolsa ganhou 440 mil novos investidores, chegando assim à marca de 2,4 milhões de investidores brasileiros.
Como a renda fixa pode não ser tão atrativa no momento em que estamos vivendo, a maioria dos brasileiros que investiu em 2020 optou pela renda variável. Uma levantamento feito pela rede social Leadr em parceria com a Píon, agência de inteligência de dados, mostrou que 78% dos entrevistados fez investimento em março de 2020. Desse total, 74% preferiram investir em ativos de renda variável, enquanto 12% optaram por renda fixa.
Se você tem interesse em se tornar um investidor e quer saber mais sobre o assunto, confira o artigo e entenda mais detalhes sobre essa possibilidade de investimento.
O que é renda variável?
Nos investimentos de renda variável, o rendimento não é previsível e o investidor não tem a certeza de qual será o valor ao final da operação – diferente do que acontece com a renda fixa.
O rendimento pode variar em pouco tempo por sofrer influência de diferentes fatores como inflação, taxas de juros, câmbio, cenário econômico e político, por exemplo.
Nesse modelo de investimento, não existe um prazo estipulado para a duração da operação, ou seja, o título é do investidor até o momento em que ele o vende. Além disso, o rendimento está diretamente ligado ao negócio e mercado envolvidos na operação. Isso implica que vai estar atribuído ao lucro da empresa em que o investidor aplicou seu dinheiro.
Comparado à renda fixa, o investimento em renda variável apresenta risco maior e, por isso, é mais indicado para investidores mais experientes. Mas também existem vantagens, como a flexibilidade no prazo da operação e maiores rendimentos.
Quais são os investimentos em renda variável?
Muitas pessoas associam os investimentos diretamente com o mercado de ações. De fato, essa é uma das possibilidades mais comuns entre os investimentos de renda variável, mas também existem outras alternativas.
Entre as várias possibilidades de investimento, muitas delas apresentam um modelo em que o investidor não precisa gerenciar seus investimentos diretamente. Ao contar com o auxílio de um gestor de fundo, por exemplo, o investidor pode ampliar sua carteira, além de contar com uma gestão profissional dos seus investimentos.
Você está pensando em aproveitar o momento para investir em renda variável? Então confira algumas das alternativas para começar a investir:
Ações
A ação representa a menor porção que pode ser adquirida de uma empresa, ou seja, o investidor que opta por ações está comprando pedaços de empresas. Fazendo isso, o investidor se torna sócio da organização e, de acordo com o número de ações compradas, ele tem a sua participação na companhia – compartilhando os eventuais prejuízos e lucros.
As ações são negociadas na Bolsa de Valores e os preços são determinados por diversos fatores. Pela legislação brasileira, toda negociação precisa ser intermediada por uma corretora de valores. A vantagem é que, atualmente, tudo isso é feito online, por meio das plataformas das corretoras.
Além disso, investir em ações pode trazer maiores ganhos quando comparado a outras possibilidades de investimentos. Mas é preciso ter atenção: como é um investimento de risco, é preciso estudar antes de investir, entendendo o mercado e quais são as melhores possibilidades de investimento.
Fundos de investimento
Os fundos de investimentos são um conjunto de ativos financeiros oferecidos por administradoras que gerenciam essa carteira. É como se o fundo fosse um condomínio em que as pessoas adquirem uma cota, pagam um valor para quem está gerenciando e precisam seguir determinadas regras.
Esse tipo de investimento é regulado por órgãos que classificam e realizam fiscalizações de todas as atividades.
No fundo de investimento, existe um gestor que gerencia todos os ativos, e ele tem uma grande experiência nas estratégias de investimento. A grande vantagem é justamente ter essa intermediação, ou seja, o investidor não precisa necessariamente administrar seus ativos diretamente.
Existem diferentes tipos de fundos de investimentos. Para o investidor entender qual escolher, é fundamental entender o seu próprio perfil, assim como as vantagens e desvantagens de cada modelo de fundo.
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Fundos de ações
Os fundos de ações, por exemplo, são uma maneira de investir na Bolsa de Valores sem a necessidade de comprar ações diretamente das empresas. Ao adquirir uma cota deste fundo, o gestor se torna responsável por gerenciar as ações e os valores aplicados.
Existem diferentes tipos de fundos de ações, que são classificados de acordo com a sua gestão e a estratégia, segundo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
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Fundos multimercado
Nos fundos multimercado, o gestor da carteira tem a possibilidade de adotar estratégias diferentes, com flexibilidade e liberdade que podem oferecer maiores rendimentos para os investidores.
Esses fundos podem atuar em diferentes mercados, como, por exemplo, bolsas, juros e câmbio. Essa possibilidade tem gerado interesse dos investidores por mesclar melhores rentabilidades e representar um menor risco por não concentrar o investimento em um único segmento.
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Fundos imobiliários (FIIs)
Já nos fundos imobiliários, os investidores agrupam recurso que possa ser utilizado no mercado imobiliário. O mais comum é que o recurso seja aplicado na compra ou construção de imóveis, e os ganhos deles são distribuídos entre os participantes do fundo.
Entre as vantagens dos fundos imobiliários estão a facilidade de fazer o processo online por meio das corretoras, a possibilidade de altos ganhos e ser um investimento que pode ser feito com pouco dinheiro. Em contrapartida, há o risco do investimento inicial cair pela cobrança de taxas administrativas, além da liquidez média, já que pode demorar para o investidor conseguir vender as suas cotas.
BDRs
Os investidores que têm interesse em ativos de empresas estrangeiras podem fazer isso por meio do BDR (Brazilian Depositary Receipt). Essa é a alternativa para as empresas conseguirem recursos brasileiros e dos investidores aplicarem os investimentos em empresas de fora do país.
É importante ressaltar que essa possibilidade é diferente de investir diretamente na empresa, já que o BDR equivale a um fundo de investimento, ou seja, existe uma intermediação entre o investidor e a empresa.
ETF
O ETF (Exchange Traded Fund) é um fundo de ações que usa um índice da Bolsa de Valores como referência. Ele tem o objetivo de atingir o mesmo nível ou um nível superior desse indicador, que pode ser índice Bovespa (IBOV).
A gestão desse fundo também é feita por um especialista, que acompanha diretamente o mercado e faz as compras e vendas necessárias com o objetivo de conseguir os melhores resultados.
Ibovespa e investimento de renda variável
O Ibovespa, também conhecido como IBOV, é o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Ele indica o desempenho médio das principais ações negociadas na Bolsa de Valores.
Como esse índice é um termômetro do mercado de ações, acompanhá-lo é fundamental para quem quer investir em renda variável e conseguir bons resultados. Entender essa dinâmica pode ser um grande aliado nos seus investimentos.
Como começar a investir em renda variável
Ainda que especialistas afirmem que o momento é favorável para investimento em renda variável, é preciso ter atenção nas possibilidades.
Assim como para os investimentos em renda fixa, é preciso entender e respeitar o seu perfil de investidor. Além disso, estudar sobre as possibilidades de investimento é fundamental, assim como se aprofundar nas informações técnicas, operacionais e financeiras da empresa em que você vai investir.