Ontem, em Macau, eu tive o imenso prazer de entrevistar Steve Wozniak, cofundador da Apple e lenda do Vale do Silício, por uma hora no palco da Conferência Global de Liderança, realizada anualmente pela Entrepreneurs’ Organization.
Woz foi inspirador, bem humorado e super engraçado — nós conversamos sobre sua carreira na Apple e na HP, o que o anima sobre a tecnologia atualmente (“hackear robôs e Raspberry Pis”), sobre a infame blue box (“eu nunca usei para fazer ligações ilegais”), o que ele pensa sobre o Vale do Silício atualmente (“coisas incríveis acontecem em todo o mundo — Vale do Silício é apenas um dos vários pólos de inovação atuais”) e se ele faria algo diferente sabendo o que sabe hoje (“nada”).
O que se destacou pra mim, particularmente, foi sua resposta quando perguntei se ele acredita que teria feito o que fez e conquistado o que conquistou se tivesse ficado na HP (como se sabe, Woz não queria deixar a HP para construir a Apple, pois se via trabalhando lá pelo resto da vida). Sua resposta imediata foi que isso não importa — porque ele encontrou a felicidade desde cedo na sua vida. Para ele, felicidade era fazer e hackear coisas, uma habilidade e paixão que ele descobriu cedo na sua carreira.
Me fez pensar: quantas pessoas sabem o que realmente têm prazer em fazer, mas estão presas no “fazer por fazer”? Ou acreditam que devem fazer as coisas porque é o esperado. Ou seguem os passos dos outros sem motivo claro, apenas por normas sociais. Ou deixam o desejo por status social guiar suas ações.
Por que não dedicamos um tempo para encontrar o que realmente nos faz feliz e investimos nisso ao invés de perder tempo com propósitos vazios? Tenho certeza de que isso não só nos levará a uma vida melhor, mas também a conquistas mais verdadeiras.Artigo traduzido do The Heretic, canal de artigos com a opinião de Pascal Finette, VP da Singularity, Universidade do Futuro.
*Tradução livre e adaptada com autorização do autor.