Em uma época de mudanças exponenciais, inovar deixou de ser opção e se tornou uma necessidade. Segundo uma pesquisa realizada pela SAP Industries, 90% dos CEOs consideram a transformação digital um dos seus principais desafios para os próximos anos.
Mesmo que essa já seja uma preocupação de muitas empresas, alguns conceitos da inovação corporativa ainda não são tão claros para grande parte dos profissionais. A mesma pesquisa mostra que apenas 5% dos profissionais têm algum plano concreto para levar a inovação para as empresas.
Pensando nisso, a Conquer lançou a Semana de Inovação e Transformação Digital – um evento 100% online e gratuito para profissionais que querem se tornar protagonistas da transformação digital!
Entre os dias 09.09 e 12.09, Jorge Clerc (Facebook), Eduardo Albuquerque (Conquer), Juliana Freitas (Ipiranga), Vinicius Porto (Reserva) e Bruno Stefani (AmBev) compartilharam as suas percepções sobre o desafio de levar a inovação para dentro das empresas.
Se você perdeu – ou quer relembrar – os melhores momentos da Semana de Inovação e Transformação Digital, preparamos um resumo para você. Confira!
E se você participou da semana e ficou com gostinho de quero mais, clica aqui para conhecer o GBC em Inovação e Transformação Digital da Conquer!
Na segunda-feira (09/09) rolou o primeiro dia da Semana de Inovação e Transformação Digital, com a participação de Jorge Clerc, Business Marketing Manager do Facebook na América Latina e Eduardo Albuquerque, Head de Inovação da Conquer.
O tema desse bate-papo foi “Inovação People Based”, ou inovação baseada em pessoas. Confira os destaques!
“Inovar é mudar costumes”
Para começar, Jorge Clerc falou um pouco sobre o conceito de inovação corporativa. Segundo ele, inovar é mudar costumes. A inovação pode ser um novo produto, um novo serviço, um novo mercado que você abre – pode até ser um novo processo de trabalho, inovando a forma como os times se conversam!
Sobre o tema “Inovação People Based”, Jorge e Eduardo concordam que as pessoas sempre serão a parte mais importante de cada estratégia. Isso porque os consumidores são a principal fonte de aprendizado para as empresas.
E se tem uma coisa que o Facebook tem, são consumidores: aproximadamente 1/3 da população mundial utiliza algum produto ou serviço da companhia.
De acordo com Jorge, na sua experiência como Business Marketing Manager do Facebook, todo movimento, toda evolução na plataforma é sempre realizada pensando na navegação e usabilidade do usuário.
“A inovação deve solucionar problemas para as pessoas.”
E neste cenário, a tecnologia vem apenas como uma ferramenta para potencializar e acelerar a inovação.
Embora o Brasil enfrente alguns fatores limitantes como infraestrutura, conexão e preço, Jorge afirma que a revolução digital já está em curso no país.
Mais que um investimento massivo em tecnologia, a revolução é fazer o básico bem feito. É calibrar o essencial para entregar o que as pessoas precisam, um bom serviço e uma boa experiência para o consumidor.
Durante o webinar, Jorge também compartilhou algumas dicas para os profissionais e as empresas que desejam inovar. Confira!
O segundo dia da Semana de Inovação e Transformação Digital contou com a presença de Juliana Freitas, Business Innovation da Ipiranga. Também participaram Eduardo Albuquerque, Head de Inovação da Conquer, e Hendel Favarin, Cofundador da Conquer, na mediação.
Foi um bate-papo incrível com muitas dicas práticas para dar o start no processo de inovação nas empresas. Veja os destaques!
“Toda pessoa pode inovar, inovação é uma habilidade pessoal transmitida para o negócio.”
Abrindo o webinar do dia 10/09, Juliana compartilhou a sua visão de que a inovação é uma competência pessoal. Toda empresa, sendo formada de pessoas, pode inovar. Para isso, precisa capacitar as pessoas para pensar de forma inovadora e fomentar essa cultura.
Segundo ela, os 3 pontos essenciais para iniciar o processo de inovação nas empresas são:
E empresa que deseja inovar precisa abandonar os seus referenciais internos (opiniões pessoais e enviesadas) e olhar para o cliente, para a pessoa que vai ganhar valor com o produto ou serviço. É preciso colocar o cliente dentro da empresa, orientando as decisões!
Como nesta fala do Eduardo Albuquerque:
As empresas precisam parar de criar PARA o cliente e começar a criar COM o cliente.
Hendel ainda acrescentou: as empresas que se destacavam na época da Revolução Industrial eram as que mais produziam; depois, as que mais vendiam; nos anos 2000, as que tinham um marketing mais forte; e hoje, as empresas que têm o consumidor no centro.
Falando em foco no cliente, logo no início do webinar Eduardo Albuquerque compartilhou sua apresentação dos 5 pilares da Inovação People Based. Confira:
Para desenvolver a tolerância ao erro e uma cultura de experimentação, Juliana ressaltou a importância de testar de forma disciplinada, utilizando metodologias de validação como:
Utilizando essas metodologias é possível errar e aprender de forma mais rápida, barata e em um processo construtivo ao invés de destrutivo.
Embora a inovação não deva ser limitada apenas a uma área da empresa, Juliana reforça que a existência de uma área ou profissional de inovação tem um papel importante para fomentar essa cultura e acelerar a transformação digital.
Ela afirma que a área de inovação serve para estruturar o processo de inovação nas empresas, para que ele não fique só no mundo das ideias. Também serve para envolver todas as áreas da empresa neste processo.
Os três participantes da noite destacam que ter áreas como o RH, Tecnologia e Negócios falando a mesma língua é essencial para o processo de transformação digital – e é missão da área de inovação fazer acontecer essa ponte.
Juliana ainda deu outros exemplos práticos da atuação dessa área ou profissional de inovação, no caso da Ipiranga:
Por fim, os participantes compartilharam várias dicas para quem deseja começar HOJE MESMO o processo de inovação na sua empresa:
Juliana destacou que o principal desafio de desenvolver uma cultura de inovação é o de “evangelizar” o time. As coisas nem sempre vão acontecer tão rapidamente quanto você gostaria. A quebra de paradigmas é um processo lento e gradativo (toda mudança gera resistência). Por isso, uma última dica fundamental é: tenha paciência e resiliência – e os resultados vão aparecer com o tempo.
Ufa! Foi realmente incrível esse 2º dia da Semana de Inovação e Transformação Digital. Para fechar, deixamos você com algumas indicações de livros dos nossos participantes:
Se quiser mais dicas, confira também este artigo da Conquer: 5 livros sobre inovação que você precisa ler agora!
O terceiro webinar da Semana de Inovação e Transformação Digital reuniu Vinicius Porto, Eduardo Albuquerque e Hendel Favarin para um bate-papo sobre o case da Reserva, empresa que já foi considerada uma das mais inovadoras do mundo pela Fast Company.
Separamos os destaques do terceiro dia para você, olha só!
Não existe inovação sem risco. É preciso estar disposto a assumir esses riscos, entendendo que todo processo de mudança carrega uma incerteza.
Mas assumir riscos não significa agir com irresponsabilidade. Vinicius ressaltou que a Reserva não é uma empresa aventureira – é uma empresa consciente, que entende o seu papel diante dos diferentes públicos na hora de inovar.
Para inovar, é preciso desenvolver uma cultura de testes, falhas, aprendizados e melhoria contínua. A velocidade também é essencial para o processo de inovação.
“Se você não tem vergonha do seu primeiro produto é porque você o lançou tarde demais.”
A empresa tem uma visão omnichannel da jornada do consumidor: o cliente pode entrar em contato com o produto, experimentar, adquirir e se relacionar com a marca em diversos canais. Daí a importância de não separar em clusters as estratégias on e offline.
Um exemplo prático: caso uma peça não esteja disponível na loja física da Reserva, o vendedor pode realizar um pedido pela loja digital – e é comissionado da mesma forma pela venda -, o que garante a qualidade no atendimento e na experiência do cliente.
E já que o cliente foi a estrela de todos os dias da Semana de Inovação e Transformação Digital até aqui, Eduardo Albuquerque revisou e expandiu os conceitos de Customer Centric na sua apresentação. Olha só:
Edu ainda citou duas regras da Garagem HP que definem muito bem a cultura de inovação:
“Trabalhe rápido.”
“É o cliente quem define se um trabalho foi bem feito.”
Vinicius Porto chamou atenção para uma estatística: mais da metade dos colaboradores nas empresas têm medo de falar abertamente com a sua liderança. Se a cultura não incentiva uma comunicação franca e horizontal, você pode morrer sem escutar as boas ideias.
“O medo é o maior inimigo da inovação.”
O que faz as empresas inovadoras é retirar o medo e as barreiras para a inovação. Como? Criando times heterogêneos e desenvolvendo pessoas com voz ativa, que podem falar sem medo de ser discriminadas.
Para a pergunta mais aguardada do webinar, Vinicius deu as seguintes dicas:
A Semana de Inovação e Transformação Digital está quase chegando ao fim! Mas hoje (12/09) ainda tem muito mais aprendizado com Bruno Stefani, Head de Inovação da AmBev, revelando como uma grande empresa pode operar como startup. Nos vemos lá!
Ainda não se inscreveu? Corre que dá tempo de assistir os próximos webinars da Semana de Inovação e Transformação Digital! Clica aqui pra fazer sua inscrição!
Para começar, Eduardo trouxe os 5 As da jornada do consumidor na era da conectividade. A principal mudança desta era para as anteriores é que agora os consumidores se conectam uns com os outros e baseiam suas decisões de consumo nas opiniões coletivas da sua rede.
Bruno apontou que as empresas na China já compreendem melhor essa nova jornada do consumidor, assim como compreendem que é preciso atender o cliente em qualquer plataforma – seja no celular, no computador, no PDV, o que for.
O que nós vivemos hoje não é apenas sobre tecnologia, é sobre a mudança no comportamento das pessoas.
Segundo ele, a AmBev tem uma visão omnichannel: “Se eu tenho um consumidor dentro de um bar, eu vou atender ele bem. Se ele está em casa e quer cerveja gelada, pode baixar o nosso app e o delivery está ali. Se ele quer comprar online, vou atender ele bem. Não importa onde ele está, eu vou atender ele bem.”
Eduardo perguntou a opinião do Bruno sobre as lojas físicas: neste cenário em que o digital ganha cada vez mais força, as lojas físicas vão acabar? Bruno acredita que não. Na sua visão, as experiências offline são muito ricas.
Quando pensamos nas nossas emoções, nas nossas principais experiências de vida, quase todas elas acontecem no offline. As lojas físicas ainda são um ponto importante na experiência do consumidor.
O Brasil já tem um ecossistema de inovação muito rico, e o offline tem um papel importante nisso. Existem diversos eventos sobre inovação para reunir profissionais de pequenas e grandes empresas que estão pensando a transformação digital.
Em geral, os empreendedores e startups já trocam muita informação, porque passam por problemas parecidos entre eles. Mas as grandes empresas costumam ter medo e não estão tão abertas assim.
Bruno adiantou que é preciso quebrar essa barreira. Participar de eventos e encontros cria uma aproximação de valor com outras empresas e outros profissionais que estão vivendo um processo de inovação. Ajuda a empresa a evoluir o ecossistema, aprender mais rápido e, inclusive, economizar budget.
Outra recomendação é se aproveitar desse ecossistema de inovação para se conectar a startups. Muitas vezes, as respostas não estão todas dentro de casa. É preciso buscar no mercado e abrir a companhia para aprender com parceiros.
Um dos cases citados foi o da Cervejaria Bohemia, no Rio de Janeiro. A AmBev está abrindo as portas da Cervejaria para que as microcervejarias testem suas receitas. Os mestres-cervejeiros da AmBev conversam com os empreendedores, trocam ideias e criam coisas novas em conjunto. Os dois lados se beneficiam muito desses aprendizados.
Bruno também citou a parceria com a Conquer no programa da aceleradora de sustentabilidade da AmBev. A empresa não busca desenvolver novas soluções de energia ou de embalagem, mas parceiros que façam isso em conjunto.
Com a ajuda da Conquer, a AmBev selecionou mais de 20 parceiros para o programa. O valor também está em envolver outras áreas e profissionais da companhia. O VP de sustentabilidade está sempre próximo, orientando os empreendedores.
A empresa ajuda novos negócios a evoluírem e, no fim do dia, estas empresas entregam soluções cada vez melhores.
Quer ver como foi o trabalho da Conquer com os profissionais da AmBev nesse programa de inovação? Dá uma olhada no vídeo!
A principal dica para quem quer inovar é: foque em resolver um problema. E então, tenha claro o que você precisa fazer.
Hoje, no Brasil, existem setores com problemas claríssimos (saúde, educação, logística, mobilidade…). Mas, muitas vezes, olhamos para eles de forma enviesada.
As empresas e profissionais investem em negócios que parecem interessantes, mas não resolvem um problema real.
Bruno citou o caso dos patinetes como um exemplo de serviço que soluciona um problema real de mobilidade.
Bruno ainda citou diversas metodologias de trabalho que podem ajudar a dar forma para a inovação dentro das empresas. Design Thinking, Lean Startup, Double Diamond…
Ele exemplificou a fala contando como a AmBev emprega o Double Diamond na sua estratégia de intraempreendedorismo: os colaboradores da empresa têm a oportunidade de testar o seu próprio negócio, validando com o consumidor.
Para isso, recebem uma caixa com toda a explicação da metodologia de testes e um investimento para rodar o teste. Dessa iniciativa já emergiram projetos como o Empório da Cerveja e o Parceiro Ambev, além de diversas boas ideias que podem virar oportunidades de negócio no futuro.
Eduardo entrou com uma explicação do Double Diamond, que é um método do Design Thinking para resolução de problemas e desenvolvimento de produtos ou serviços.
O método consiste em 4 fases:
Bruno também comentou sobre o seu principal desafio como Head de Inovação da AmBev.
Sendo responsável pelas áreas de inovação e tecnologia e estando em contato com as startups e novidades do mercado, o seu maior desafio é como transformar tudo isso em algo que beneficie toda a empresa.
Seu desafio é fazer a ponte para que todas as áreas estejam conectadas com o ecossistema – ou a empresa não vai inovar de verdade.
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