Você já parou para pensar que a maior parte do seu dia você é controlado pelos processamentos inconscientes e não pelos processos conscientes, como a maioria das pessoas pensam?
Provavelmente você nunca se importou muito com isso.
Mas sabe aquele momento você tenta mudar um comportamento, ou um hábito ou simplesmente quer fazer alguma coisa diferente e sente dificuldade ou não consegue?
Pois então, é exatamente aí que estão enraizadas o que chamamos de Crenças Limitantes.
As crenças são os “limites” de nosso modelo mental, ou seja, são todas as programações neurais que aprendemos durante nossa vida, principalmente nas primeiras infâncias. Elas vão se reforçando ao longo de nosso desenvolvimento e são encaradas como verdades absolutas.
Ex: Não tenho tempo para nada.
Essa Crença Limitante ou verdade absoluta, passa uma mensagem reforçadora para seu inconsciente, que tira de você a responsabilidade de saber administrar suas tarefas dentro de um espaço de tempo. Isso reforça o comportamento de estar sempre sobrecarregado e deixa você em constante estresse, vivendo uma vida sem tempo para nada.
Esses tipos de crenças são auto realizadoras e moldam seu mundo e as coisas que nele acontecem, pois funcionam como lentes de um óculos que formata a realidade conforme seus próprios preceitos.
Sendo assim, as crenças acabam determinando os nossos comportamentos, as nossas atitudes e principalmente os nossos resultados.
Esse é um processo natural que acontece pelo simples fato de que a função do nosso cérebro é produzir uma representação interna sobre tudo aquilo que vemos, ouvimos e sentimos.
Ele busca as respostas mais adequadas para o momento que estamos vivendo, automatiza o maior número de processamentos mentais possíveis e cria conexões neurais robustas, com grande tráfego de informações.
Então, meus amigos, toda crença nasce com uma intenção positiva de preservar e controlar nossa interação com o mundo a nossa volta. Porém, ao longo do tempo, algumas dessas crenças deixam de ter a função agregadora e acabam nos limitando, mesmo que com a intenção positiva. O fato é que, neste momento, essas conexões neurais já são fortes o bastante para ditar nossas respostas.
A realidade é que Crenças Limitantes nem sempre condizem com a realidade.
Na maioria das vezes, as crenças são falsas ou têm verdades parciais, mas o nosso cérebro está constantemente buscando padrões em experiências anteriores para se sentir seguro. E ele irá buscar esses padrões em nossas conexões neurais mais robustas.
As Crenças Limitantes podem nascer de diversas fontes, sendo as mais relevantes:
As Crenças limitantes podem ser facilmente identificadas.
Um bom início é começar percebendo os padrões de respostas que você dá aos estímulos que recebe do mundo a sua volta e as frases que diz repetidamente para justificar suas ações, ou a falta delas.
Reflita sobre o que você gostaria de fazer ou mudar e “não consegue”.
Procure identificar as justificativas interiores para não fazer isso.
Pergunte-se POR QUE?
Provavelmente as respostas virão carregadas de:
Essas respostas são falsas verdades, são “desculpas” que seu inconsciente te dá para que você não promova nenhuma mudança e permaneça com aquele comportamento já enraizado.
Instalar novos comportamentos demanda abalar a segurança do seu cérebro e criar uma nova conexão neural.
Essa nova conexão deverá ser acessada repetidas vezes até se tornar mais forte e mais relevante emocionalmente que a conexão anterior, que, por sua vez, não deixará de existir e estará lá esperando que você a acesse novamente.
1. Entenda, de fato, o que você quer. Investigue quais as reais necessidades mais profundas que estão por trás do seu desejo de mudança, o que você ganha e o que você pode perder com aquilo a curto, médio e longo prazo.
2. Tome uma decisão consciente de que está disposto a pagar o preço da mudança. Saiba que o processo não será exatamente fácil, principalmente no início, mas que está tudo bem, existe um objetivo maior por trás disso.
3. Seja específico. Concentre-se naquilo que você quer ter/ser/fazer e não no que não quer. É muito mais fácil seu cérebro entender o que se quer verdadeiramente do que desconstruir um conceito carregado de significado para construir outro depois.
Ex 1: Quero deixar de ser uma pessoa acima do peso.
Neste exemplo, seu cérebro tem que evocar sua imagem acima do peso, e, quando ele faz isso, todo o significado atribuído a essa imagem, emoções e sentimentos associados, vem à tona, gerando uma necessidade do seu cérebro negar essa imagem para construir outra por cima. Dá MUUUUITO trabalho para ele.
Ex 2: Quero pesar 70 quilos.
Neste exemplo, estou sendo direto e claro, mandando uma mensagem exata do que quero sem precisar evocar efetivamente todo significado atribuído a minha imagem acima do peso.
Saiba exatamente o que você quer e associe esse objetivo a como vai se sentir quando já tiver alcançado aquilo.
4. Compreenda que nosso cérebro só irá aprender algo novo quando perceber relevância emocional no processo, ou seja, só entenderá a mudança como uma necessidade se ela tiver um significado afetivo/emocional real.
Aprendemos pela repetição e pela relevância emocional, mas não adianta criarmos um hábito durante 21 dias ou 100 dias se não estivermos nos sentindo bem e realizados com a mudança.
Se for dessa forma, o processo não será sustentável e, ao menor deslize, voltaremos ao comportamento anterior.
Enfim, saber lidar e ressignificar as Crenças Limitantes é um diferencial de pessoas e profissionais com Inteligência Emocional, e nem sempre conseguimos fazer isso sozinhos, portanto você pode considerar a ajuda profissional.
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