Já tem certo tempo que venho percebendo um movimento crescente de pessoas que se dizem estar na busca da tão falada Inteligência Emocional.
Elas colocam esse processo como se fosse uma caça ao tesouro ou um destino onde você chega e repousa.
Na grande maioria das vezes, essas mesmas pessoas dizem que o maior motivador dessa busca é saber lidar com “pessoas difíceis”, sem considerar que, na verdade, essa jornada não envolve somente o outro, mas muito mais a nós mesmos.
Por fim, podemos descobrir que nós também somos pessoas difíceis.
A gente aprende sobre matemática, história, engenharia, tecnologia e várias outras matérias na escola e na faculdade, e estes conhecimentos são valiosos para nossas vidas, mas não nos ensinam algo que deveria ser básico para todos nós: a capacidade de identificar e lidar com as nossas próprias emoções e com as emoções dos outros.
Essa habilidade emocional é algo que permeia toda a nossa sociedade e a capacidade de lidar consigo mesmo e respeitar as diferenças nos outros.
Mas, então, o que é inteligência emocional?
Se eu tivesse que resumir de forma simples e direta o que é Inteligência Emocional, eu diria que é a “habilidade de um indivíduo em reconhecer suas próprias emoções e gerenciar suas respostas em sociedade”.
Ou seja, é levar inteligência para as nossas emoções, tornando o processo consciente e equilibrado.
Esse é um tema relativamente novo e o psicólogo Daniel Goleman foi um dos grandes precursores no assunto.
Diferente do que está publicado em seu primeiro livro (Inteligência Emocional, lançado em 1995), Goleman fala atualmente em 4 pilares da Inteligência Emocional.
Vamos conhecer um pouco sobre cada um deles:
1. Autoconhecimento
Existe uma teoria da admiração que fala sobre a impossibilidade de gerenciar o que não se conhece ou não se pode medir. Esse é um fato que se aplica facilmente ao autoconhecimento.
É completamente improdutivo nós querermos controlar algo que desconhecemos. O processo de autoconhecimento é o primeiro passo para identificarmos as situações e desafios que estamos enfrentando.
Aqui estão algumas dicas para você começar a melhorar isso HOJE mesmo:
- Diário das Emoções: é muito importante que, ao final de cada dia, você tome nota do que passou com você, como se fosse apresentar um relatório no trabalho ou um exercício na faculdade. Como você se sentiu e como lidou com as coisas que aconteceram no seu dia? Ao final da semana, avalie como foram seus sentimentos e suas reações. A ideia aqui é que você possa identificar os padrões de comportamento que você tem e que desencadeiam seus resultados.
- Autopercepção x Heteropercepção: às vezes achamos que a mensagem que estamos passando é uma, quando, na verdade, a percepção das pessoas é outra. Converse com as pessoas a sua volta e peça informações sobre como elas te veem ou quais as suas principais características evidentes para elas. Anote o que elas dizem e procure padrões. Ao conversar com as pessoas, não seja reativo, isso não quer dizer que eles estão certos, mas que as informações são importantes para você. Seu papel é avaliar sua percepção do ponto de vista de outras pessoas.
2. Gestão das emoções
Agora que você conhece um pouco mais de suas emoções, é hora de aprender a lidar com elas, ou seja, controlar suas reações automáticas e responder de acordo com cada situação.
Quando falamos de gerenciamento das emoções, as pessoas ficam com um pé atrás.
Eu entendo perfeitamente essa indignação, pois nem sempre controlamos como vamos nos sentir, mas é porque estamos fazendo isso errado. Na verdade, nós somos capazes e precisamos aprender a controlar nossas reações.
- Ganhe tempo: nem toda emoção que nasce dentro da gente deve sair de forma impulsiva ou sem algum tipo de reflexão sobre seu impacto nas pessoas. Por isso, é importante ganhar tempo, para que o nosso cérebro leve a mensagem para o sistema racional, evitando o que chamamos de “sequestro emocional”.
Esse processo evita reações exageradas que podem causar um desentendimento desnecessário.
Quando estiver em situações desse tipo, você pode usar algumas dessas técnicas simples:
- Em um tom neutro ou de dúvida, peça para a pessoa repetir o que ela disse;
- Faça perguntas e, enquanto ela responde, pergunte a si mesmo se sua reação brusca vale a pena;
- Em outros casos, faça uma pausa para oxigenar o cérebro (respire fundo, tome um café, faça uma pequena caminhada);
- Escreva uma mensagem/e-mail e deixe no rascunho. Depois de alguns minutos, leia a mensagem novamente e faça as devidas correções antes de enviar.
Isso leva a mensagem do nosso sistema límbico (emocional-automático) para o nosso neocórtex (racional-consciente).
3. Empatia
É a capacidade de se colocar no lugar do outro?
Não é só isso, é mais profundo e dá mais trabalho.
Nossas emoções são só um pedaço das nossas relações, e ser empático é a habilidade mais importante para lidar com os nossos relacionamentos.
Cognitivamente é impossível sentirmos o que o outro sente, por isso a empatia é uma escolha e uma habilidade que deve ser praticada todos os dias.
Vamos a algumas dicas que você pode usar para praticá-la:
- Escute as pessoas: a maioria das pessoas diz que já sabe disso, mas vejo pouquíssima gente realmente colocando a atitude em prática. Cognitivamente é impossível compreender ou experimentar a vida de outra pessoa, pois nosso cérebro não tem a capacidade de ver, ouvir, sentir e processar as informações no mesmo modelo mental que ela, mas podemos pelo menos ouvir sem julgamento. Ouvir envolve deixar alguém falar sem interrupções desnecessárias e sem aquela necessidade louca de exprimir sua opinião ou se opor ao que a pessoa diz.
- Não julgue: Quando você escolhe ser empático, sua opinião não importa, deixe de lado seus preconceitos e permita que a pessoa com quem você está falando tenha uma chance de explicar como se sente.
- Busque o entendimento: buscar a necessidade por trás do comportamento é a chave para ter empatia. Não precisa concordar com a pessoa, mas compreender a necessidade dela é fundamental.
4. Sociabilidade
É como se juntássemos tudo isso que falamos até agora em uma relação que envolva a mim, ao outro e as circunstâncias controláveis e incontroláveis da vida.
Goleman fala que nossas habilidades sociais afetam todas as áreas de nossas vidas, desde o desempenho no trabalho até nossa vida afetiva.
Podemos desenvolver nossas habilidades sociais ao longo da vida, mas para isso é necessário praticarmos sempre que uma oportunidade surgir.
- Coloque ponto final nas suas histórias: pare de adiar aquela conversa difícil, resolva seus desentendimentos. Aqui você coloca todas as suas habilidades à prova em uma situação real.
- Saiba lidar com as emoções envolvidas: busque compreender os lados envolvidos na situação quando estiver mais calmo e proponha um diálogo. Ao final da conversa, verifique se as partes concordam sobre qual realmente é o problema e quais as possíveis soluções.
Usar a inteligência emocional é um processo, uma jornada. Praticá-la vai levar você a resultados muito mais relevantes do que você imagina.
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