Por que a vulnerabilidade é importante para a sua carreira?

Você já sentiu aquele frio na barriga ao admitir que não domina uma ferramenta nova? Ou hesitou em pedir ajuda porque achou que isso poderia comprometer sua imagem profissional?

No ambiente de trabalho, se mostrar vulnerável seja diante do líder ou da equipe ainda soa como risco.

“E se acharem que eu não estou pronto para esse cargo?” Essa dúvida silenciosa, que muitos carregam, acaba minando a confiança, bloqueando o aprendizado e freando o crescimento.

Não à toa, um levantamento da Gallup de 2024 revelou que 46% dos profissionais brasileiros sentem estresse diário, 25% relatam tristeza e 18% convivem com raiva no trabalho.

Emoções que poderiam ser suavizadas se houvesse espaço para conversas mais honestas, abertura para pedir apoio e coragem para mostrar o que está difícil.

Mas afinal, como transformar a vulnerabilidade em uma aliada da sua carreira?

Neste artigo, você vai descobrir o que dizem nomes como Brené Brown, pesquisadora da Universidade de Houston, e Carl Rogers, psicólogo humanista que revolucionou a forma como enxergamos o desenvolvimento pessoal e a liderança.

Prepare-se para enxergar a vulnerabilidade de um jeito novo mais humano, mais estratégico e muito mais poderoso.

O que é vulnerabilidade e por que ela importa

Vulnerabilidade, ao contrário do que muitos pensam, não é sinônimo de fraqueza. Na verdade, é exatamente o oposto.

Ser vulnerável é ter coragem. Coragem de dizer “eu preciso de ajuda”, de admitir um erro, de reconhecer um limite e ainda assim se manter presente, inteiro, comprometido.

Como assim?

Segundo Brené Brown, pesquisadora referência global nesse tema, vulnerabilidade é o berço da criatividade, da inovação e da empatia.

Em outras palavras, tudo o que torna o ambiente de trabalho mais humano, produtivo e conectado começa quando nos permitimos ser imperfeitos. Quando abrimos mão da armadura do “eu dou conta de tudo” e nos mostramos como somos, pessoas em constante evolução.

E não é só ela que diz isso.

Carl Rogers, um dos psicólogos mais importantes do século 20, escreveu em Tornar-se Pessoa que o verdadeiro crescimento acontece quando estamos em um ambiente onde sentimos que podemos ser nós mesmos, sem medo de julgamento. Ele chamava isso de “aceitação incondicional”.

Para Rogers, um líder empático, que escuta de verdade e cria espaço para trocas autênticas, oferece as condições ideais para que sua equipe floresça.

Agora, pense com a gente:

  • Quando você finge saber algo que não sabe, o que realmente ganha com isso?
  • E quando seu líder ou colega admite um erro com naturalidade, isso não te inspira a fazer o mesmo?

No mundo do trabalho, somos condicionados a “dar conta”, “manter a pose” e parecer “à prova de falhas”.

Mas a realidade é outra, pois ninguém sabe tudo, ninguém acerta sempre, e tudo bem.

É na honestidade sobre nossas limitações que construímos confiança em nós e nos outros.

Então, da próxima vez que sentir vontade de esconder uma dúvida, um medo ou uma dificuldade, respire fundo e lembre-se: ser vulnerável não te enfraquece, e sim te conecta e te aproxima.

E claro! Te torna um profissional ainda mais forte.

Como a vulnerabilidade aparece (ou se esconde) no dia a dia

No cotidiano do trabalho, a vulnerabilidade se manifesta nos detalhes. Nas conversas rápidas, nas reuniões tensas, nas entregas que atrasam.

Situações difíceis são mais comuns do que parecem. E sabe o que muitas vezes acontece? A gente finge que está tudo sob controle. Não pede ajuda. Não fala nada.

Só que por dentro, o estresse e a autocobrança vão se acumulando até que estouram em forma de exaustão, baixa autoestima ou até burnout.

Abaixo tem exemplos que podem te ajudar a encontrar outro caminho.

Quando o(a) colaborador(a) não entende uma demanda, mas tem receio de perguntar.: o medo de parecer despreparado(a) fala mais alto. A pessoa sai da reunião cheia de dúvidas e tenta resolver sozinha, acumulando mais estresse do que clareza.

Pulo do gato: praticar a vulnerabilidade pode ser o diferencial. Dizer algo como “quero garantir que estou 100% alinhado(a) com a demanda, você pode me ajudar a revisar os pontos principais?” demonstra responsabilidade, abertura e compromisso e ainda incentiva outros colegas a fazerem o mesmo.

Quando o(a) líder percebe que a equipe está desmotivada, mas não sabe como abordar: é comum que tente manter uma postura de firmeza, fingindo que está tudo sob controle. Só que isso só aumenta a distância entre gestão e time.

Pulo do gato: adote uma atitude vulnerável e transformadora ao dizer “tenho sentido que os últimos dias têm sido puxados, também estou me sentindo um pouco sobrecarregado(a). O que vocês têm sentido? Como podemos ajustar juntos?”. Ao se mostrar humano, o(a) líder convida à troca real e fortalece a confiança.

Quando alguém comete um erro, mas tenta esconder por medo de julgamento: aqui abre-se um espaço perigoso para culpa, desconfiança e até retrabalho.

Pulo do gato: assumir o erro com tranquilidade e foco em solução pode mudar completamente a narrativa. Um simples “percebi que cometi um erro nesse ponto e já estou pensando em como corrigir”, “aceito sugestões e agradeço se puderem me ajudar a evitar isso da próxima vez” mostra maturidade emocional e reforça a cultura do aprendizado.

Esses são só alguns exemplos, mas o ponto principal é: vulnerabilidade no trabalho não é sobre se expor demais, nem sobre dramatizar as dificuldades.

É sobre escolher a autenticidade no lugar do medo. É entender que pedir ajuda, admitir um erro ou expressar como você realmente está não te diminui, te fortalece.

E, o mais importante, abre espaço para que outras pessoas façam o mesmo.

Demonstrando vulnerabilidade no trabalho

Você entendeu que vulnerabilidade é uma força. Que líderes e equipes crescem quando há espaço para conversas honestas. Mas agora vem a parte mais difícil: como fazer isso na prática?

Porque a verdade é que demonstrar vulnerabilidade não é tão simples quanto dizer “estou com dificuldades”. Envolve sair do piloto automático, vencer medos internos e, principalmente, se comunicar com intenção e maturidade emocional.

Para te ajudar nisso, reunimos alguns hacks que funcionam de verdade:

Hack 1: troque a perfeição pelo progresso

Ninguém espera que você acerte sempre.

Então, em vez de tentar parecer impecável o tempo todo, experimente frases como: “Ainda estou aprendendo sobre isso, posso confirmar com mais calma e te dou uma resposta melhor?” ou “Essa parte eu não tenho certeza, mas posso pesquisar e te entrego em X horas.”

Mostrar que você não sabe tudo, mas está comprometido(a), é um baita sinal de responsabilidade e segurança emocional.

Hack 2: fale sobre sentimentos com foco na solução

Você pode dizer que está sobrecarregado(a) sem parecer que está “reclamando”.

O segredo é ser direto(a), objetivo(a) e propor caminhos. Exemplo: “Sinto que minha produtividade caiu nos últimos dias, posso redistribuir prioridades ou contar com apoio em X ponto?”

Você mostra vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, proatividade.

Hack 3: use perguntas para abrir espaço

Se você é líder ou quer se tornar um(a), uma forma poderosa de demonstrar vulnerabilidade é abrir espaço para outras perspectivas. Frases como:“O que vocês estão enxergando que talvez eu não esteja?” “Como posso apoiar melhor vocês nesse momento?”

São convites sutis, mas transformadores, para criar uma cultura mais aberta, onde todos se sentem seguros para falar.

Hack 4: normalize o “não sei”

Simples, né? E ainda assim, um dos maiores tabus no mundo do trabalho. Ao dizer “não sei, mas posso descobrir”, você reforça que está disposto(a) a aprender e isso inspira a equipe a fazer o mesmo.

Afinal, ninguém confia de verdade em quem finge saber tudo.

O combo que você deveria pedir para sua carreira: vulnerabilidade e inteligência emocional

Se vulnerabilidade é a coragem de se mostrar como você é, a inteligência emocional é a habilidade de lidar com tudo o que isso traz à tona, principalmente quando não é fácil.

Ter inteligência emocional não significa controlar as emoções o tempo todo, mas sim reconhecê-las, entender o que elas estão comunicando e agir com consciência, em vez de no impulso.

E isso tem tudo a ver com ser vulnerável!

Brené Brown afirma que “a vulnerabilidade é o centro da emoção humana”, e por isso ela é tão essencial para quem quer se comunicar melhor, liderar com mais empatia e manter relações profissionais saudáveis.

Agora, vamos ser honestos? Saber disso é ótimo, mas colocar em prática no ritmo do dia a dia, sob pressão, com metas batendo na porta… exige preparo.

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Angela Bicalho

Escrito por

Publicitária de formação pela ESPM, Angela adora criar conexões reais entre marcas e pessoas. Com atuação na área de experiência do cliente (sim, isso é importante!) e um foco afiado em marketing e branding, ela lidera projetos e equipes combinando análise precisa com uma boa dose de criatividade para resolver problemas. Estratégica e mão na massa, transforma desafios em oportunidades que fazem a diferença.

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