Uma boa oratória depende, também, de uma boa audição. Monitoramos nossa fala, predominantemente, pela audição. Os ajustes motores finos de entonação, prosódia, brilho, intenção e articulação da fala são baseados em nossos feedbacks auditivos.
Apesar de ser tão importante, ainda se fala muito pouco sobre os cuidados necessários para preservar uma boa audição. O número de jovens com perda auditiva induzida por ruído tem aumentado muito nos últimos anos e, infelizmente, essa perda crescente nos jovens é irreversível.
É fato que a poluição sonora, principalmente nas grandes cidades, tem aumentado. Além disso, temos baladas, shows e reuniões em ambientes com sons cada vez mais potentes.
Se você se expõe de maneira ocasional, isso não será um grande problema. Contudo, se você vai a ambientes assim com frequência, sua audição está em risco.
Sabe aquela sensação de ouvido tampado, de escutar mal ao sair de uma balada, show ou evento? Aquilo é uma perda auditiva temporária. Sim, suas células da audição ficam machucadas, mas se recuperam após um período de repouso auditivo.
Mas, algumas vezes, as pessoas saem desses ambientes e continuam em lugares ruidosos. Assim, o ouvido não tem tempo de se recuperar espontaneamente. Por isso, com a repetição e o aumento de exposições, essa perda auditiva pode se tornar irreversível.
Uma outra questão relacionada a ambientes ruidosos é o esforço vocal necessário para se falar em ambientes assim. Muitas vezes, ficamos roucos ao falar nessas situações por muito tempo.
Como nos monitoramos pela audição, temos que fazer muito esforço vocal para sermos ouvidos pelo outro. Por isso, ajustamos a intensidade da nossa voz com o uso de tensão muscular excessiva. Evite este tipo de situação. Converse o mais distante possível das caixas de som e evite ficar na frente delas. Garanto que sua comunicação ficará muito mais confortável.
Somando-se à poluição sonora ambiental, temos os fones de ouvido, que apesar de fazerem parte do nosso dia a dia, devem ser usados com muita parcimônia.
Antes usávamos apenas os modelos concha e estes já requeriam cuidados. Atualmente, temos os modelos intra-auriculares que são amplamente usados e muito leves, o que faz com que as pessoas fiquem com eles por horas, sem se incomodarem. Estes modelos, contudo, jogam a pressão sonora diretamente no conduto auditivo externo e na membrana timpânica e, por isso, requerem mais cautela ainda do usuário.
Os aparelhos de amplificação portáteis geralmente usados com fones de ouvido vão até 120/130 decibéis. Esse é o nível de pressão sonora da turbina de um avião, onde não se pode ficar próximo mais de 10 minutos, com o risco de ter perda auditiva irreversível. Já imaginou? Todo cuidado é fundamental.
Mas e aí, não podemos usar fones de ouvido?
Podemos, mas devemos ter alguns cuidados:
Se você se expõe a ambientes ruidosos e/ou faz uso de fone de ouvido com frequência, é importante fazer uma avaliação audiológica a cada ano ou como for recomendado pelo fonoaudiólogo ou médico otorrinolaringologista que o acompanha.
Espero que essas orientações possam auxiliá-lo a cuidar bem da sua audição.Para conhecer mais sobre meu trabalho, acesse www.comunicabilidade.com.br ou me siga no instagram @marlaoliveirasakamoto.
Artigo escrito pela fonoaudióloga e coach vocal Marla Oliveira Sakamoto.
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