A saúde mental no trabalho e o bem-estar dos colaboradores foram alguns dos temas mais sensíveis para os profissionais de Recursos Humanos em 2020, e há motivos de sobra para tanto destaque. A pandemia afetou o emocional dos colaboradores em escala global.
Uma pesquisa da Mental Health Association of Hong Kong identificou que 87% dos funcionários sofreram com o estresse no trabalho nos últimos meses.
A reação emocional diante do desconhecido também gerou recordes nas buscas por informações sobre saúde mental na internet.
Pesquisadores do Qualcomm Institute, da Universidade da Califórnia em San Diego, analisaram as tendências de buscas no Google e descobriram que, a partir de março de 2020, o volume de procuras ligadas aos termos “ansiedade”, “ataque de pânico” e “sinais de ataque de ansiedade” foi o maior em 16 anos.
No Brasil, o cenário também exige atenção redobrada. Segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, a ansiedade é o transtorno mais comum entre os brasileiros durante a pandemia: 86,5% dos participantes do estudo admitiram estar mais ansiosos.
Não à toa, o Brasil é o país que mais sofre de ansiedade em decorrência da pandemia, de acordo com pesquisa do Instituto Ipsos realizada em 16 países.
Não há mais dúvidas de que o desafio emocional está no centro dos debates de toda a sociedade. E nas organizações, essa preocupação mais que necessária está sob os cuidados do RH.
Em grande medida, as empresas têm desenvolvido projetos, iniciativas e maneiras de cuidar da saúde mental dos colaboradores. Mas o que a pandemia deixou de ensinamentos sobre esse tema para 2021? Quais aprendizados desse período devem ser levados em consideração no ano que vem?
Para ajudar você a assimilar essas lições e planejar ações futuras na sua organização, nós listamos 5 aprendizados de 2021 para o RH quando se trata de saúde mental no trabalho.
1) Saúde mental deixou de ser tabu
Foi-se o tempo em que falar sobre vulnerabilidade, instabilidade emocional e ansiedade era demonstração de fraqueza. A preocupação com a inteligência emocional dos colaboradores, que já era crescente antes da pandemia, ganhou uma relevância inédita. Em outras palavras, falar sobre saúde mental não é mais um tabu, é necessário.
Para as organizações, principalmente para a área de Recursos Humanos, o desafio é incluir a promoção da inteligência emocional e do bem-estar como um dos pilares da experiência do colaborador.
Existem diversas maneiras de abraçar o tema no cotidiano das empresas, e é sobre elas que falaremos no próximo tópico.
2) Não existe uma receita pronta
Diante de situações de incerteza e insegurança, que exigem cuidado redobrado com a saúde mental, não há uma receita pronta que possa ser aplicada pelos RHs em todas as circunstâncias. Isso porque as soluções mais eficazes são justamente as que levam em consideração a cultura da organização, o modelo de negócio e o perfil dos colaboradores.
Uma das opções é realizar uma pesquisa de clima organizacional para identificar as maiores dores dos colaboradores que podem ser solucionadas com iniciativas de saúde mental e inteligência emocional.
Com o resultado em mãos, algumas empresas entendem que o melhor caminho é criar parcerias de benefícios ligados à saúde mental, psicoterapia e outras iniciativas de promoção do bem-estar.
Já outras organizações concluem que a melhor saída é elaborar um programa de treinamentos focado em inteligência emocional, autoconhecimento e outras habilidades importantes para esse momento desafiador.
Por isso, em vez de tentar implementar estratégias que deram certo em outras organizações, prefira elaborar soluções customizadas e adequadas à realidade da sua organização.
3) O papel dos líderes é fundamental
Em paralelo às ações de RH voltadas para a saúde mental e a inteligência emocional dos colaboradores está a atuação dos líderes. As iniciativas do RH e a postura dos gestores precisam estar alinhadas para que, juntas, se revertam em mais bem-estar e saúde mental para os colaboradores.
Por isso, é essencial que o líder assuma uma postura de vulnerabilidade e seja acolhedor com os liderados, em uma relação mútua de empatia.
Ao estimular o autocuidado, manter uma comunicação consistente com os times e tratar os liderados de forma personalizada, o líder se transforma em uma referência que tem como pilares a inspiração e a identificação.
4) Precisamos ressignificar a alta performance
Não é novidade para o RH que o bem-estar emocional aumenta a produtividade dos colaboradores. De acordo com um estudo da Universidade da Califórnia, um funcionário feliz é 31% mais produtivo, três vezes mais criativo e vende 37% mais.
Mas, recentemente, um debate muito importante tem ganhado força nas organizações. Diante de um cenário atípico como o que estamos vivendo, o que significa alta performance? Ela é sempre sinônimo de bem-estar?
Na pesquisa Termômetro da Crise, realizada pela Pulses – startup que presta serviços ligados à Gestão de Pessoas –, 82% dos respondentes admitiram ter sentido algum nível de ansiedade durante o período de isolamento social.
Ao mesmo tempo, 79% dos participantes do estudo se sentem muito mais produtivos durante a pandemia.
Na prática, esses dados, que parecem contraditórios, apontam para um aprendizado de 2021 para o RH: nem sempre a produtividade elevada dos colaboradores significa bem-estar. Muitas vezes, ela é resultado de um conjunto de fatores que envolve ansiedade, incerteza e medo, que a médio e longo prazos podem ser prejudiciais ao colaborador e à empresa. Trabalhar em excesso, sem cuidar da saúde emocional não é sustentável a longo prazo.
Para 2021, o desafio do RH é desenvolver um olhar mais analítico sobre a atuação dos colaboradores, em um esforço constante de ressignificar o que é a alta performance e aliar entregas rápidas e de qualidade com o bem-estar emocional.
5) Organizações são corresponsáveis pela saúde mental
Quando se tratar de saúde mental e trabalho, um dos maiores ensinamentos de 2021 para o RH é que, mais do que nunca, as empresas são corresponsáveis pelo bem-estar e pela inteligência emocional dos colaboradores.
Nesse cenário, o individualismo precisa dar lugar à individualidade, ou seja, é necessário entender que todos e todas, sem exceção, estão passando por situações atípicas que afetam o emocional.
E os times esperam justamente essa postura das organizações. Uma pesquisa da Businessolver mostrou recentemente que 92% dos colaboradores dizem que as empresas deveriam fazer mais pelo seu bem-estar. Além disso, 76% deles acreditam que a empatia gera produtividade.
Diante desse cenário, é fundamental que o RH defenda a necessidade de incorporar as ações, programas e treinamentos voltados à saúde mental e inteligência emocional como pilares da organização.
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