Como o Lifelong Learning protege a relevância de carreiras e empresas

Durante a vida, aprendemos a ser alunos, e não aprendizes. E isso é um problema. Para sobrevivermos em um mundo cada vez mais complexo e imprevisível, precisamos abordar o aprendizado de um jeito diferente da educação formal. Nesse sentido, o lifelong learning é um dos caminhos para pessoas e empresas garantirem sua relevância. Hoje, vamos explorar seu significado e como fortalecer essa prática nos colaboradores. Clique para navegar pelos tópicos do artigo: O que é o lifelong learning? Lifelong learning é uma prática que defende a permanência do aprendizado ao longo de toda a vida, ao invés de apenas no período acadêmico. É enxergar oportunidades de aprender em todos os momentos, lugares e pessoas. Além disso, o lifelong learning não promove hierarquia entre os diferentes tipos de educação. Para quem o pratica, o aprendizado é flexível e abundante da mesma forma em todos os lugares. Tudo contém uma lição em potencial. Começou a se falar no conceito de lifelong learning na década de 1990, mas o interesse por ele dá um salto em meados da década passada: Por trás desse aumento, está a intensificação do dinamismo do mundo e o fato de que o ensino tradicional não consegue mais nos preparar para ele. Ou seja, cada vez mais, as pessoas precisam continuar adquirindo novos conhecimentos para: Também é importante definirmos o que não é lifelong learning. Não se trata de adquirir todas as informações do mundo, e, ainda por cima, tentar fazer isso em pouco tempo. Isso só gera frustração no processo de aprendizagem. Mas sim, de forma planejada, construir conhecimento de várias formas e em várias oportunidades. Os 4 Pilares do Lifelong Learning Segundo o Lifelong Learning Council Queensland (LLCQ), instituto australiano de maior autoridade no assunto, a educação continuada se apoia em 4 pilares: • Aprender a conhecer: ter uma postura curiosa, questionadora e sentir prazer pela reflexão e pelo processo de adquirir conhecimento. • Aprender a fazer: aliar a teoria à prática para ter um desenvolvimento mais concreto. No lifelong learning, também é importante criar o hábito de praticar as habilidades comportamentais, como a negociação. • Aprender a conviver: reconhecer que todas as interações, positivas e negativas, são fontes de aprendizado. Isso inclui saber receber e internalizar feedbacks, lidar bem com conflitos e procurar aprender com todos do seu círculo social e profissional. • Aprender a ser: é se colocar como responsável pelo próprio aprendizado, criar autonomia e automotivação para persegui-lo todos os dias. Afinal, a vida não é um curso que nos entrega uma ementa pré-definida, concorda? 4 características e comportamentos de um lifelong learner Mas como esses pilares se traduzem na prática, em comportamentos de pessoas reais? Vamos conhecer juntos a Anatomia do Lifelong Learner, que ajuda você a identificar essa soft skill em si mesmo ou nos seus colaboradores: • Flexibilidade: acreditar que as nossas habilidades são imutáveis, ou “dons”, nos mantém na zona de conforto. O lifelong learner busca estar em uma zona de aprendizado e crescimento. E como está sempre em reinvenção, torna-se alguém mais flexível. • Peito Aberto: é natural que a gente procure se relacionar com pessoas com opiniões e backgrounds parecidos com o nosso. Mas isso cria bolhas que diminuem as oportunidades de aprendizado. Quem pratica o lifelong learning se abre para as diferenças, porque vê na diversidade de pensamento chances de enriquecer seu conhecimento. • Pés no Chão: ao mesmo tempo que reconhece seus avanços, também entende que nunca saberá tudo. O lifelong learner compreende suas lacunas para construir uma visão apurada de si e direcionar a aprendizagem. • Protagonismo: quem adota o aprendizado contínuo é autodidata e também tem capacidade de autoavaliação. É uma pessoa curiosa, dedicada e disciplinada, que conclui suas iniciativas de aprendizagem. O lifelong learner dificilmente compra um curso para depois abandoná-lo. A importância do lifelong learning para empresas e pessoas À medida que o mercado fica mais exigente, o lifelong learning se torna uma questão de sobrevivência e relevância – tanto para pessoas quanto para empresas. Para nós, pessoas, ao praticarmos o lifelong learning, nos mantemos profissionais qualificados durante toda a nossa carreira. Quanto mais habilidades adquirirmos, maior será o nosso arsenal para solucionar até os problemas mais específicos dos negócios e melhor acompanharemos as transformações da Nova Economia. Daí o forte impacto da aprendizagem contínua na nossa empregabilidade. Além disso, quando aumentamos esse rol de habilidades, nos tornamos pessoas mais influentes mesmo na vida pessoal, pela possibilidade de ensiná-las aos outros. Do ponto de vista das empresas, investir no aprendizado corporativo tem relação direta com a sustentabilidade do negócio. Isso porque quando a organização como um todo para de aprender e de se renovar, o crescimento dela também fica travado. Podemos ver isso nas páginas da história dessa grande empresa: • Kodak: As lideranças da Kodak não conseguiram acompanhar o impacto da foto digital na sociedade, o que aconteceu junto com uma grande virada tecnológica, no início dos anos 2000. Apesar de suas inovações durante mais de 100 anos de existência, ela pensava como uma empresa do século XX em pleno século XXI. Já em uma empresa que estimula o lifelong learning, as pessoas adquirem uma postura mais ativa na busca de conhecimento, ficam mais preparadas para os desafios e inovam com mais frequência. Tudo isso deságua em uma rotina mais produtiva, estratégica, rica em trocas significativas que proporcionam competitividade para o negócio. E como vimos com a Kodak, a empresa que não está sempre aprendendo, não sobrevive. Em tempo, muitas organizações já estão atentas a isso: • 52% dos líderes de RH na América Latina estão priorizando iniciativas de aprendizado (Gartner) • 49% dos profissionais de T&D dizem que seus diretores estão preocupados com a deficiência de habilidades-chave (LinkedIn) Criando uma Cultura de Aprendizagem na sua empresa Na cultura de aprendizagem, a empresa, através de rituais e símbolos bem-definidos, cria um ambiente propício para que o colaborador pratique o lifelong learning. Mas, qualquer cultura, para que perdure, precisa ser trabalhada com consistência e insistência. Por isso, em empresas que acreditam
Aprender a aprender: 7 dicas para melhorar seu aprendizado

Aprender. Algo que podemos (e devemos!) fazer a todo momento, mas que ainda pode trazer algumas dúvidas para muitas pessoas. Mais uma vez, o sistema tradicional de ensino falhou por nunca ter nos ensinado como aprender. E essa é uma resposta muito importante e que transforma completamente a nossa maneira de aprender. Afinal, como aprender a aprender? Ao entender como é possível fazer isso, nós podemos fazer escolhas. E essas escolhas nos mais diferentes âmbitos podem alavancar a nossa performance e nos proporcionar mais liberdade e protagonismo. Se você quer melhorar sua performance e render mais em seus aprendizados, seja ao longo de um curso, lendo um livro, participando de uma reunião ou de alguma outra maneira, continue com a gente. Nós preparamos 7 dicas práticas que vão potencializar o seu aprendizado. Por que é importante aprender a aprender? No livro “Educação corporativa: fundamentos, evolução e implantação de projetos’, os autores apontam que o conhecimento torna-se obsoleto a cada cinco anos. Isso significa que, a cada ano, 20% do conhecimento é renovado. Tudo muda em uma velocidade muito rápida. Claro que existem conhecimentos que não passam por tantas transformações, como a área da matemática e a matéria de cálculo, por exemplo. Entretanto, os profissionais de engenharias que estudam cálculo na faculdade precisam aprender constantemente sobre as novas ferramentas e técnicas utilizadas, que se atualizam rapidamente. Isso demonstra a necessidade de aprender o tempo todo. É o conceito de lifelong learning, ou seja, que aprender não se restringe apenas à educação formal, e que o aprendizado deve ser um processo constante e sem um “ponto de chegada”. Um reflexo disso é que grandes empresas estão exigindo cada vez menos diplomas, considerando outros critérios na hora de selecionar candidatos em processos seletivos, como as habilidades mais relevantes para aquela posição. Afinal, elas partem do pressuposto de que os colaboradores podem desenvolver novas competências em um processo constante de aprendizado. Como economizar tempo e otimizar o aprendizado? Para entender como otimizar o aprendizado, é importante entender quais são as principais práticas que o prejudicam. A lista é longa, mas vale a pena conferir para evitá-los ao máximo: Diante desses principais motivos, o pesquisador e educador norte-americano Edgar Dale desenvolveu o cone da aprendizagem, mostrando como os adultos podem aprender. Segundo esse estudo, os adultos aprendem mais e melhor especialmente quando discutem com os outras pessoas (aprendemos 70%), quando fazem (aprendemos 80%) e quando ensinam aos outros (aprendemos 95%). Outro ponto importante para aprender a aprender é a compreensão de que existe uma diferença entre conhecimento e aprendizado. Enquanto o conhecimento é ter acesso a uma informação, o aprendizado é colocar a informação em prática. Mas o que é melhor? Conhecimento ou aprendizado? Saber e não fazer ainda é não saber. Por isso, é importante que conhecimento e aprendizado caminhem juntos. Existem algumas práticas que precisam de um conhecimento teórico prévio, assim como é importante colocar a mão na massa. O aprendizado real e aprofundado é aquele que tem um alto nível dos dois pontos. Dicas práticas para desenvolver o conhecimento e o aprendizado 1. Técnica Feymann Essa metodologia foi desenvolvida por Richard Feymann, um físico ganhador do prêmio Nobel. O processo passa por 4 etapas: Essa técnica pode ser aplicada em diferentes contextos, desde cursos, livros e mesmo reuniões em que serão abordados conceitos específicos. Além disso, ela pode ser repetida diversas vezes até que você sinta segurança com o tema. 2. Flash cards Os flash cards são utilizados para a prática de memorização. Em um papel no formato de um cartão, você escreve o conceito de um lado e a sua explicação do outro. Ao embaralhar os cartões e selecionar um deles, o objetivo é lembrar da explicação daquele conceito. Caso você não lembre, basta virar o cartão, reler e memorizar o conceito dessa maneira. 3. Papel e caneta Se ao acompanhar aulas e reuniões você opta por fazer suas anotações no computador ou celular, tente substituir esse hábito por um papel e uma caneta. Existem vários estudos que ressaltam a importância do papel e caneta no processo de aprendizagem. Existem várias explicações para isso. Entre elas, podemos destacar que mais capacidades motoras são exigidas quando você escreve no papel, diferentes áreas do cérebro são estimuladas, você precisa de mais concentração e ainda reduz as possibilidades de perda de atenção. Um estudo da Universidade de Indiana mostrou que 67% das pessoas checam seus celulares procurando mensagens, mesmo quando o celular não toca e não vibra. Ao usar papel e a caneta, você fica menos exposto a esse tipo de estímulo e consegue se concentrar mais no ato de aprender. 4. Biohacking Existem dois modos de pensamento: o focado, que é aquele em que as tarefas são realizadas de maneira automática; e o difuso, no qual estamos descobrindo e explorando algo novo. Muitas vezes, nós trabalhamos e estudamos apenas no modo focado. Mas o nosso cérebro também precisa do modo difuso. Para incentivar isso, é possível adotar o biohacking. O biohacking é uma técnica de “hackear” os seus níveis de energia para conseguir elevá-la. Muitos estudos sobre o tema mostram a importância da combinação entre três fatores para alcançar isso: sono, exercício físico e alimentação. 5. Comece pelo mais difícil Ainda como uma prática para estimular o pensamento difuso, a dica é realizar as tarefas mais difíceis já no início do dia. Como o seu corpo e a sua mente estão descansados na manhã, você tem mais potencial mental para executar as tarefas mais complexas. No livro Eat That Frog, de Brian Tracy, o autor traz estratégias que ajudam a priorizar tarefas e pontua a importância de começar o dia com a tarefa mais complexa e difícil, o que contribui para a sua produtividade. 6. Não faça multitasking Multitasking é o hábito de fazer várias coisas ao mesmo tempo. As pessoas que afirmam que conseguem fazer mais de uma tarefa simultaneamente, na verdade, apenas conseguem distribuir a atenção entre várias atividades, ou seja, é uma alternação de tarefas. Para não fazer multitasking, a dica