As novas tecnologias, que já estão muito além da internet, por exemplo, impactaram e estão impactando de forma definitiva os profissionais envolvidos com saúde. E isso é um desafio, pois trata-se de uma área que costuma ser bem tradicional – e até mesmo conservadora – em que pese as evoluções constantes pelas quais passa. Mas por mais resistente que uma pessoa seja à “atualidade”, é sempre importante lembrar que o novo sempre vem. Então, é preciso se adaptar.
Em meio a tantas mudanças, porém, um fato não mudará nem mesmo com toda transformação pela qual o mundo e o setor possam passar. Trata-se da importância da relação profissional da área médica-paciente. Vou além.
No Hospital Santa Paula, a transformação digital abrange todos os profissionais. Isso é uma vantagem para o paciente. Entretanto, desde os primeiros atendimentos – desde uma simples ligação com pedido de informação, passando por nosso assistencial, até chegar ao corpo médico -, há um cuidado extremo com a pessoa que nos procura. E o zelo e afeto mesmo. Empatia para entender a aflição de quem passa por um problema e busca uma solução assertiva.
Praticamos uma medicina focada no paciente, sempre levando em consideração a importância da sua rotina, de quem vive ao seu redor – como família e amigos –, com todo suporte humano de nossa força de trabalho. Hoje, muito se fala sobre cuidados paliativos. Porém, a área ainda é bem pouco desenvolvida no Brasil. Segundo um estudo da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), há menos de 200 equipes atuando nessa especialidade no país e uma delas está no Hospital Santa Paula.
O conceito de cuidados paliativos está se ampliando. Antes, o tratamento era entendido como um acompanhamento quando o paciente estava sem alternativa de cura. Agora, a Organização Mundial da Saúde afirma que o monitoramento das necessidades do paciente e o acolhimento à sua família devem ser feitos a partir do diagnóstico, como parte de uma necessidade humanitária urgente para pessoas com doenças graves.
O papel da equipe de cuidados paliativos é assegurar que o paciente passe por este processo com dignidade e da forma menos dolorosa possível. Isso inclui tanto as pessoas em fase final de vida até aquelas que não correm risco de morte, mas que enfrentam um sofrimento intenso proveniente do tratamento ou tenham sua qualidade de vida comprometida.
Sem abrir mão de inovadoras e imprescindíveis tecnologias, isso é humanidade e acontece diariamente aqui no Santa Paula – com o paciente como protagonista, empoderado de si e da sua situação. Podemos observar, como escrito acima, que um cuidado humanizado não dispensa tratamentos modernos em termos de equipamentos, processos e procedimentos. Na verdade, em se tratando de medicina em um ambiente hospitalar, os dois fatores caminham lado a lado e são complementares. É preciso enxergar o paciente holisticamente, compreendê-lo na sua totalidade. Afinal, um ser humano é físico, emocional, espiritual e social e, dentro desta complexidade, o olho no olho jamais será substituído.