Inovação incremental: 8 respostas definitivas

É muito arriscado apostar apenas em sucessos de bilheteria.

Sanjay Khosla, consultor de empresas, compartilhou essa frase em um estudo realizado com as 2500 principais empresas do mundo.

Ele buscava entender como aconteciam os processos de inovação e de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), e qual impacto financeiro geravam.

Sanjay Khosla identificou que as empresas com orçamentos maiores em P&D estão mais direcionadas a buscar inovações com potencial de se tornar produtos de grande sucesso.

Ou seja, alto risco e alta recompensa.

Já as empresas com orçamentos menores buscam inovações de risco reduzido, impulsionando vendas no seu próprio portfólio de produtos.

Além do orçamento, o que diferencia essas empresas é a estratégia de inovação aplicada.

Enquanto as empresas com maiores orçamentos apostam na inovação radical, aquelas com orçamentos menores buscam a inovação incremental. 

Equilibrar inovações de alto risco e alta recompensa com inovações mais seguras e direcionadas é um grande desafio.

Isso porque a promessa de recompensa alta é mais atrativa. Mas o tempo para alcançá-la e o alto investimento financeiro até chegar no resultado satisfatório pode ser um empecilho.

Por outro lado, investir em melhorias contínuas em produtos que são o carro-chefe da companhia é uma alternativa para manter a qualidade e presença de mercado.

O relatório Benchmarking Innovation Impact 2023 da KPMG destaca que a inovação incremental continua sendo uma abordagem comum, especialmente em ambientes de trabalho híbridos, onde a colaboração presencial é limitada.

Você quer descobrir se o modelo de inovação incremental é o ideal para sua empresa?

Reunimos neste artigo as respostas para as principais dúvidas sobre o tema. Para navegar, clique no tópico do seu interesse:

O que é inovação incremental?

Inovação incremental é toda melhoria feita em um produto, serviço ou processo já existente em uma empresa. 

As melhorias são gradativas e visam aprimorar a usabilidade e a experiência do usuário.

As inovações incrementais costumam acompanhar as necessidades de clientes e novidades do mercado, mantendo a empresa competitiva.

Um exemplo clássico de inovação incremental são os aparelhos de barbear da Gillette.

Lançados no início do século XX, a criação revolucionou o modo de fazer a barba ao inserir no mercado as lâminas descartáveis.

Ao longo dos anos, a companhia implementou melhorias no seu principal produto, garantindo a melhor experiência e maior aderência ao público-alvo.

Quais são as principais características da inovação incremental?

O maior destaque do modelo de inovação incremental é o baixo risco.

Isso porque, com melhorias contínuas e de menor impacto, fica mais fácil reduzir resultados negativos – e corrigir detalhes em caso de problemas.

Além disso, a inovação incremental é caracterizada por:

  • Continuidade, ou seja, a inovação é tratada como um processo permanente;
  • Menos complexidade e mais assertividade, já que as entregas são feitas de forma gradativa;
  • Sustentabilidade, pois o negócio não precisa assumir grandes riscos para crescer.

Quais são as vantagens de aplicar inovação incremental?

A principal vantagem da inovação incremental é a competitividade.

Com melhorias contínuas, a empresa mantém a existência e relevância do seu produto/serviço, adequando-o às exigências do mercado.

Com a relação mais próxima ao cliente, compreendendo quais melhorias fazem sentido para o produto, e dando respostas ágeis às suas demandas, outra vantagem da inovação incremental é a retenção de clientes. 

Por fim, com novas implementações e funcionalidades, é possível aumentar a receita de um produto já existente, mantendo o foco da equipe na melhoria contínua do portfólio atual.

Lembra do exemplo da Gillette, que mencionamos anteriormente? Com mais de 120 anos de atuação, a marca mantém os aparelhos de barbear como carro-chefe, focando em inovações incrementais que sustentem o desenvolvimento do negócio.

Quais os principais desafios da inovação incremental?

A inovação incremental, aquela baseada em melhorias contínuas e graduais em produtos, serviços ou processos, continua sendo uma estratégia amplamente adotada pelas empresas em 2023 e 2024.

De acordo com o relatório KPMG Global Tech Report 2023, organizações em todo o mundo estão adotando abordagens mais prudentes diante da incerteza econômica e da pressão por retorno mais rápido sobre investimentos, o que favorece esse tipo de inovação.

Apesar de sua relevância, a inovação incremental apresenta desafios significativos.

O primeiro deles é a dificuldade de implementá-la de forma contínua e sistemática dentro das organizações. Muitas empresas ainda não possuem processos estruturados para estimular, captar e aplicar ideias de melhoria.

Isso se agrava em culturas corporativas que ainda valorizam apenas grandes lançamentos, negligenciando pequenos avanços que, somados, geram impactos significativos.

Outro grande desafio é garantir que essas melhorias sejam percebidas e valorizadas pelos clientes.

Como as mudanças são discretas, elas podem passar despercebidas se não forem comunicadas de maneira clara.

Investir em marketing, conteúdo educacional e storytelling é fundamental para evidenciar os benefícios concretos ao público.

Segundo dados da McKinsey (2023), 71% dos consumidores esperam que as marcas demonstrem valor continuamente, mesmo após a primeira venda, o que reforça a importância da comunicação no contexto da inovação incremental.

Além disso, o engajamento dos colaboradores é essencial. Muitas das ideias mais relevantes para melhorias vêm justamente de quem está na linha de frente.

Contudo, empresas ainda enfrentam dificuldades para criar ambientes onde a contribuição criativa é estimulada, reconhecida e recompensada.

Um estudo da PwC (2023) aponta que apenas 54% dos funcionários se sentem encorajados a compartilhar ideias inovadoras em seus ambientes de trabalho.

Por fim, mensurar o impacto das inovações incrementais ainda é uma barreira. Como seus efeitos são cumulativos e muitas vezes sutis, é necessário desenvolver métricas específicas e acompanhamentos de longo prazo para avaliar resultados reais.

Ferramentas de analytics e feedback contínuo têm sido fundamentais nesse processo.

Contudo, para gerar resultados consistentes, exige cultura organizacional voltada à melhoria contínua, processos estruturados, comunicação clara com o cliente e métricas eficazes de avaliação.

Qual a diferença entre inovação incremental, arquitetônica, radical e disruptiva?

Não há um consenso sobre quantos são e quais são os tipos de inovação.

Mas, seguindo os conceitos do professor de administração de Harvard, Gary P. Pisano, podemos classificar a inovação em quatro tipos: incremental, arquitetônica, radical e disruptiva.

  • Inovação incremental: como já falamos, é aquela que aplica melhoria contínua em um produto ou serviço já existente. Como exemplo, podemos citar as atualizações de software.
  • Inovação arquitetônica: adapta um produto, serviço ou tecnologia existente para ganhar um novo mercado. Um exemplo são as máquinas copiadoras. Projetadas apenas para escritórios, elas foram adaptadas para o uso pessoal.
  • Inovação radical: novos produtos e novos serviços são desenvolvidos para novos mercados, com base em elementos totalmente novos. Causam grande impacto. Como exemplo, temos o iPhone, que revolucionou o mercado de celulares.
  • Inovação disruptiva: produto ou serviço que ameaça substituir soluções tradicionais, mais acessível e com menor preço. O lançamento do Airbnb, por exemplo, provocou grandes mudanças no modelo de negócio de aluguel de hospedagem.

A matriz abaixo nos ajuda a entender melhor os pontos-chave de diferença entre os quatro tipos de inovação.

Você consegue identificar em qual quadrante sua empresa está?

Se a inovação ainda é um desafio no seu negócio, o curso Digital Academy da Conquer pode ajudar.

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Como implementar na empresa? Conheça as melhores práticas

O primeiro passo para a implementação da inovação incremental é ela fazer parte da  cultura de inovação do negócio e estar totalmente conectada aos agentes envolvidos.

É preciso que os colaboradores e lideranças tenham conhecimento sobre o tipo de inovação, e um plano de implementação claro.

Além disso, deve haver um processo bem estruturado, já que é um processo cíclico.

Com etapas e prazos bem definidos, é possível medir resultados e corrigir falhas, quando houver.

Aqui, separamos algumas boas práticas que podem ajudar você a implementar inovação incremental na sua empresa. Mas, lembre-se de adequar à cultura e às pessoas envolvidas. 

  • Gere novas ideias e escute seu cliente. Ele é a melhor fonte de ideias, pois está em contato constante com seu produto ou serviço. Estruture processos para ouvi-lo. Nessa etapa, utilize a ferramenta de entrevista com usuário da Conquer;
  • Avalie as ideias propostas e classifique-as conforme a urgência e impacto;
  • Tenha um plano de ação claro e bem documentado para implementar cada melhoria;
  • Reavalie o processo constantemente, coletando feedbacks tanto da equipe envolvida, quanto do cliente e mercado;
  • Faça testes com grupos menores antes de lançar uma melhoria;
  • Meça todo o impacto, assim você conseguirá comprovar os resultados.

3 exemplos de empresas que aplicam inovação incremental

Faber Castell: com quase 260 anos, a empresa conhecida mundialmente por seus lápis coloridos e canetas esferográficas é símbolo de inovação.

Além de implementar melhorias no seu portfólio de produtos, como canetas coloridas com pontas mais resistentes, e linhas exclusivas para crianças, artistas iniciantes e profissionais, a empresa possui um Programa de Aprendizagem criativa, que visa construir, dentro das escola, um ambiente que estimule a inovação, a criatividade, a resolução de problemas e a diversão.

Apple: a Apple lançou o primeiro IPhone em 2007. O produto, fruto de uma inovação revolucionária, passou a receber melhorias no decorrer dos anos seguintes, a cada nova atualização.

Hoje, é um exemplo clássico de inovação incremental.

Instagram: a rede social de compartilhamento de fotos e vídeos também é um ótimo exemplo de inovação incremental.

Ao longo de onze anos, inúmeros recursos foram adicionados ao aplicativo, visando melhorar a experiência do usuário. Stories, lives, vídeos longos, filtros… são algumas das inovações implementadas.

DNA inovador ou estratégia: a inovação incremental funciona para sua empresa?

Algumas empresas, principalmente as tradicionais, acreditam que não podem inovar em seus produtos ou serviços por não possuírem um DNA inovador.

Ou, que inovação é sinônimo de lançamentos que geram grande impacto no mercado.

O que acontece, na verdade, é que a inovação é um elemento cultural e estratégico nas organizações. 

Ainda que orçamentos destinados especificamente à inovação possam impulsionar as grandes descobertas, o que torna uma empresa inovadora é a capacidade de buscar por melhorias contínuas. Transformando esse processo em cultura da empresa.

Ou, implementando pequenas melhorias em produtos já existentes no portfólio da empresa, como mostramos ao longo deste artigo.

O que há em comum em empresas inovadoras são as habilidades das equipes e da liderança. São elas:

  • Associação: equipes inovadoras são capazes de conectar ideias e soluções de diferentes campos;
  • Questionamento: os inovadores desafiam a sabedoria comum, fazendo perguntas improváveis para traçar diferentes cenários;
  • Observação: o processo de compreender como o cliente potencial reage a determinadas situações é chave para o sucesso das ideias;
  • Experimentação: testar, errar, aprender e testar novamente. Equipes inovadoras se dedicam à experimentação das ideias;
  • Networking: o contato constante com outras pessoas, trocando ideias e visões, amplia a criatividade e traz novas experiências.

Independente do modelo de inovação a ser implementado, é importante compreender que não existe caminho exato a ser seguido. Cada negócio possui seus próprios desafios.

E deve buscar soluções para eles.

Por fim, é importante destacar que os diferentes modelos de inovação não se anulam. É possível que eles coexistam e tragam ótimos resultados.

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Somos a Conquer In Company, unidade de negócio da Escola Conquer voltada para empresas, e oferecemos treinamentos corporativos de soft skills, inovação e muitos outros para líderes e times.

Nossos objetivos principais são transformar a educação corporativa do Brasil, mudar comportamentos, gerar resultados e preparar empresas pro agora.

Afinal, somos de empresa para empresa, mas principalmente somos de pessoas para pessoas.

Se você possui um desafio específico em Inovação na sua equipe ou quer entender como nossas soluções educacionais se encaixam no seu negócio, converse com nosso time de especialistas em educação.

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Giovana Chimentão

Escrito por

Giovana é apaixonada por impulsionar o desenvolvimento pessoal e profissional. Atua como Diretora de Educação na Escola Conquer, instituição de educação executiva e pós-graduação. É responsável por liderar equipes nas áreas de desenvolvimento de produtos, MKT de conteúdo e experiência do cliente, com foco em inovação e excelência. Tem MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios e um Mestrado em Educação pela UEL. Além disso, cursou a University of Cambridge, onde obteve seu diploma em Metodologia e Treinamento. O seu objetivo é inspirar outros a alcançarem seu potencial máximo através da educação!

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