Sabe aquele líder que tenta controlar tudo e todos, que não deixa o time confortável para dar opiniões e ter autonomia? Aquele gestor que, para dar conta de tudo, centraliza todos os processos e decisões? Esse é o que chamamos de líder herói!
Você certamente já conheceu algum líder assim. Ou até mesmo você pode ter esse perfil de liderança.
Acima de tudo, o líder herói é aquele que não dá autonomia e tenta controlar até as tarefas que não são responsabilidade dele. Além disso, ele não consegue confiar na equipe e, por isso, acaba criando times dependentes e sem potencial inovador.
Como o líder herói impacta as empresas?
E o impacto dessa postura pode influenciar – e muito – os resultados do time e da empresa. Afinal, de acordo com uma pesquisa da Gallup, até 70% do desempenho de um time pode ser atribuído à qualidade do seu líder.
A verdade é que a postura de líder herói pode até ter funcionado em organizações no passado, mas o mundo mudou bastante! Movimentos como a transformação digital e a revolução 4.0 trouxeram uma nova forma de fazer negócios.
Por isso, o trabalho e o propósito das organizações passam por uma verdadeira revolução.
E se tudo está diferente, não dá para querer que o líder de hoje seja como o de décadas atrás, não é?
Neste sentido, na Nova Economia, a prioridade do líder deve ser o desenvolvimento da equipe. Ele precisa instigar o time a gerar insights e aprendizados, tomar decisões criativas e trazer inovação. E, quanto antes isso acontecer, melhor para você, para o seu time e para toda a empresa.
Quer saber mais sobre o líder herói e entender por que esse perfil de liderança não é bom para o time? Continue com a gente e confira nosso artigo especial sobre o tema.
O que é um líder herói
O líder herói é aquele que acha que dá conta de tudo. Tudo mesmo.
Chegou um projeto novo? Pode mandar para ele. Se o time está com um problema, o líder pensa (sozinho) até encontrar uma solução. E se alguém tiver uma dúvida? Pergunta para ele, que pensa sempre ter a resposta certa.
Esse tipo de liderança também acredita que conhece tudo sobre os caminhos que a equipe e o próprio negócio precisam percorrer. Por isso, é sempre o primeiro e último a falar. Controla e aponta a direção, sem abrir espaço para contribuições. Então, seus liderados se sentem pressionados a seguir as orientações sem nenhuma autonomia.
Ninguém questiona a opinião do líder herói, porque ele não abre espaço para isso. É um líder que vende uma imagem perfeita, sem falhas ou vulnerabilidades.
Além disso, ele se sente tão essencial para a empresa que não sabe dizer “não” para novas demandas. E se desdobra para assumir todos os projetos que aparecem, seja uma nova tarefa ou uma simples reunião. Ainda que, para isso, precise abrir mão da sua vida pessoal.
Em resumo, o líder herói pensa que tem superpoderes. Dá uma olhada nos comportamentos heróicos que você deve evitar:
Tentando fazer o melhor para si e para o time, ele acaba prejudicando a todos e a si mesmo. Afinal, ele está sempre sobrecarregado. E a equipe, por sua vez, não tem autonomia para se desenvolver e fazer entregas além do esperado.
Por que ser herói é ruim para o líder?
Apesar da postura heroica parecer positiva num primeiro momento, é preciso lembrar que o líder herói não tem nenhum superpoder. Sozinho, ele não dá conta de salvar o mundo.
Você já ouviu alguém dizer que prefere fazer uma tarefa sozinho, porque ensinar outra pessoa levaria muito tempo? Talvez você mesmo já tenha dito isso.
Essa é uma prática do líder herói. E acontece porque ele não sabe delegar demandas e entregas de maneira eficiente. Sem essa habilidade, o líder fica preso numa rotina muito executora e menos estratégica.
Ele vive em cima da equipe para saber se todos estão fazendo a coisa certa e microgerencia tanto que o time fica sem autonomia. E essa vigilância toma muito tempo do líder. Por isso, ele vive atarefado e não consegue resolver tudo que precisa durante o horário de trabalho.
Por isso, é comum que o líder herói viva cansado e estressado. Frequentemente, na tentativa de acabar com as demandas, ele abre mão de momentos de descanso, como os fins de semana. Muitas vezes esse líder nem consegue tirar férias!
Sem contar que a pessoa que assume esse papel também perde momentos importantes da vida pessoal, com a família, os filhos e os amigos.
Além disso, se esse líder é insubstituível, é impossível tirá-lo do lugar que ocupa. Ou seja, ao não desenvolver seus liderados e não pensar em um projeto de sucessão, o líder acaba com as chances de ser promovido. Assim, ele e a equipe ficam estagnados.
Com o tempo, a inércia e o cansaço fazem o próprio líder ficar desmotivado e perdido. Inevitavelmente, esses sentimentos são transmitidos ao time. A consequência é que os resultados não são atingidos, o desempenho do líder é questionado e a pressão sobre ele aumenta ainda mais.
Como a liderança heroica afeta o time?
Sem incentivar a autonomia e a confiança, o líder herói não é capaz de construir um time de alta performance.
Mais medo de errar = menos inovação
Imagine uma equipe que sempre ouve o que precisa fazer e obedece. Como resultado, ela não tem a oportunidade de pensar em respostas.
Assim, ela não gera novas soluções, procedimentos e insights, nem constrói aprendizados.
Quando o líder herói é o primeiro a falar, os liderados tendem a seguir a opinião dele, por acreditar que ele é perfeito, uma vez que não demonstra vulnerabilidades.
E essa falta de abertura do líder transmite para a equipe a sensação de que demonstrar fraquezas e inseguranças é errado. Portanto, o time vive com medo de errar.
Sabe aquele momento em que alguém tem um problema ou comete um deslize e chama a equipe para ajudar a solucionar? Quantas ideias e aprendizados nascem nesse momento? Pois é, com a presença de um líder herói, os times perdem essa oportunidade.
Em resumo, errar e aprender com o erro são ingredientes fundamentais de times inovadores. E, quando impede o erro bem intencionado, o líder herói também acaba com a inovação dentro da equipe.
Ritmo lento e ineficácia
Além disso, o microgerenciamento, a insegurança e a falta de inovação desaceleram o trabalho do time. E isso interfere nos resultados do negócio.
Um levantamento da McKinsey & Company mostra que organizações que tomam decisões rapidamente têm duas vezes mais chances de fazer melhores escolhas do que as empresas que demoram para fazer isso. E, num momento de tantas mudanças, essa habilidade é crucial para o negócio.
Como é possível encontrar motivação nessa rotina de trabalho? Muitas vezes, não é. O brilho nos olhos dos colaboradores se apaga e eles passam a buscar outras oportunidades.
Aliás, não é raro que o líder herói sofra com a falta de engajamento, a alta rotatividade e a perda de talentos dentro da equipe.
Como NÃO ser um líder herói?
Para ser capaz de criar uma equipe de alta performance, o líder herói precisa jogar a capa fora. Assim, ele pode se conectar verdadeiramente com o time, ouvir e conhecer seus liderados, integrar os valores pessoais aos da empresa e conduzir todos para a mesma direção.
O economista alemão Klaus Schwab explica que os líderes da Nova Economia devem ter inteligência emocional e fomentar a cooperação. “Eles precisarão dirigir por empatia, não pelo ego.
A revolução digital precisa de uma liderança diferente e humanizada”, enfatiza Schwab.
Por isso, para exercitar a liderança colaborativa e motivadora, os líderes devem praticar a escuta. E, em vez de mostrar a direção, fazer perguntas inteligentes para seus liderados.
Dessa forma, o líder não-herói precisa ser o maior defensor do desenvolvimento do time. Para isso, deve saber delegar tarefas de forma eficiente para construir equipes autônomas, autogerenciáveis e de alto desempenho.
Além disso, para o seu próprio bem-estar, é importante que o líder diga “não” para algumas demandas.
Quer saber mais? Veja na imagem abaixo as diferenças entre um líder herói e um líder não-herói:
No que o líder não-herói acredita
O líder não-herói tem conceitos, habilidades e valores que ele traduz em comportamentos e incentiva seus liderados e colegas a fazerem o mesmo. E aí, será que você é ou conhece um líder não-herói? Abaixo, nós listamos 5 características desse perfil. Confira:
Vulnerabilidade
O líder não-herói se permite ser vulnerável e não tem vergonha de demonstrar isso para o time. Ele se mostra como ser humano, com falhas e problemas. Assim, passa ao time a mensagem de que está tudo bem, todo mundo tem suas dificuldades.
Ao ser vulnerável, o líder se aproxima dos seus liderados, cria empatia e abre um canal de diálogo e confiança. Além disso, se coloca disposto a aprender.
Lifelong learning
É o processo contínuo de aprendizagem. Uma das forças da Nova Economia, o lifelong learning explica que o aprendizado é algo que acontece constantemente. Por assumir que não sabe de tudo e não tem todas as respostas, o líder não-herói valoriza o desenvolvimento ao longo da vida.
Segurança psicológica
É a segurança que os colaboradores precisam para se posicionar sem medo. Assim, ela é essencial para incentivar o time a trazer ideias, opiniões, assumir riscos e aprender constantemente.
Colaboração
O ambiente de trabalho precisa valorizar a parceria entre líderes e liderados e até mesmo entre os próprios pares.
A colaboração permite que a equipe se sinta confortável para pedir e oferecer ajuda. Assim, todos desenvolvem a abertura e a flexibilidade, características necessárias para fazer um projeto, uma ideia ou uma prática atingir a melhor versão.
Engajamento pelo propósito
É a conexão entre o propósito do colaborador e o propósito da empresa e também com o trabalho que ele realiza. Acontece quando os valores da organização e dos colaboradores se aproximam.
Autonomia e confiança
Habilidades essenciais para a construção de times de alta performance. A autonomia é a liberdade que o colaborador tem para tomar decisões, enquanto a confiança parte do líder, que acredita na capacidade e no empenho do liderado.
O que fazer para mudar agora?
Se você percebeu que está agindo como um líder herói, já está no caminho certo. Afinal, o primeiro passo para fazer a transição para um novo modelo de liderança é buscar o autoconhecimento.
O que é preciso desenvolver em você? Você já pediu feedbacks para seus colegas e liderados? O que eles notam sobre seu estilo de liderança?
Além disso, há algumas dicas práticas para você começar a adotar um estilo de liderança menos heróica. Dá uma olhada nestes hacks:
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A Pós em Liderança e Gestão de Pessoas faz de você referência em liderar e desenvolver times que entregam resultados.
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