Quando um nadador fortalece os braços na academia, ele está destruindo as fibras do músculo para que elas se regenerem ainda mais fortes.
Quando uma vacina chega à nossa corrente sanguínea, ela faz o nosso corpo passar por um desafio, para que esteja pronto para o próximo.
Essa habilidade de evoluir por causa de uma adversidade é a antifragilidade.
Hoje, você vai aprender como desenvolver essa soft skill em suas equipes e líderes, para que eles sejam fortes como o sistema imunológico de um medalhista.
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Antifragilidade é a habilidade de abraçar desafios, situações imprevisíveis, aleatórias e transformadoras e se tornar melhor por causa delas.
É sair da zona de conforto e ver nesses “estressores” a oportunidade de avançar, sem medo de errar.
O conceito de antifrágil parte da ideia de que o mundo é muito caótico para que a gente baseie cada ação na previsibilidade das coisas.
Ela surge com a publicação do livro “Antifrágil: Coisas Que Se Beneficiam Com O Caos”, de Nassim Nicholas Taleb. O autor tem carreira como investidor e sempre esteve imerso neste mundo em que um segundo pode construir ou destruir um conglomerado.
Um exemplo do significado de antifragilidade é um país que passou por muitas guerras, desastres naturais e hoje é a 3ª maior economia do mundo – o Japão.
Mas ter antifragilidade não significa amassar o seu planejamento do ano e deixar tudo à própria sorte.
E sim colocar no planejamento oportunidades para correr riscos menores em grande quantidade. Ir de encontro ao erro é importante porque ele faz parte do acerto.
Não podemos prever ou evitar muita coisa, mas podemos aprender muito com o conceito de antifragilidade.
Um exemplo disso é que a incerteza, junto com a tentativa e o erro, são fundamentais para o surgimento de inovações reais – cada vez que Thomas Edison falhava em inventar a lâmpada, ele ficava mais e mais perto de achar a solução certa.
Ou seja, a antifragilidade nos ajuda a ver aquilo que não tem garantia sob um olhar mais positivo – mais perto do conceito de desenvolvimento e aprendizado do que de descontrole e ansiedade.
No mundo corporativo, a antifragilidade serve para proteger uma empresa dos grandes desafios, porque os colaboradores, caso sejam antifrágeis, são menos surpreendidos pelo caos e desordem ou lidam melhor com eles, porque estão cientes que um pouco de caos está na origem das grandes transformações.
Afinal, é aprendendo com os erros pequenos que nós evitamos os grandes.
A resiliência é a habilidade que algo tem de voltar à sua forma original depois de sofrer uma pressão. É um conceito importado do campo da Física, e muito associado com as molas.
Na prática, é quando um jogador de futebol se machuca em campo, mas se recupera e volta a jogar como antes da lesão.
A resiliência é uma forma mais “natural” de lidarmos com um desafio.
Afinal, é normal que a gente queira voltar para o conhecido, para o confortável, ao superar uma adversidade.
Mas enquanto a antifragilidade leva ao próximo nível, a resiliência te devolve ao estado original, como se o desafio não tivesse acontecido.
Retomando o exemplo do jogador de futebol, ele seria antifrágil se conseguisse superar suas habilidades pré-lesão.
A diferença entre antifragilidade e resiliência também está presente em outros sistemas – como a medicina e a esfera corporativa. Vamos ver como ela se manifesta neste último campo.
A antifragilidade é muito importante para as empresas que precisam evoluir para sobreviver ou para aquelas que querem se tornar referências.
Segundo um estudo de 2021 da Deloitte, as principais características das empresas antifrágeis são: adaptabilidade, confiabilidade, colaboração e responsabilidade.
Vamos examinar cada uma delas:
• Adaptabilidade: é quando a empresa tem processos para realocar pessoas para outros projetos ou cargos com facilidade. E também possui programas de treinamento contínuos e oferecem opções flexíveis de trabalho.
Por exemplo, você dá oportunidade para que profissionais que já estão na empresa candidatem-se às vagas abertas?
• Confiabilidade: empresas antifrágeis focam na construção da confiança entre todo o seu ecossistema: pessoas, investidores, comunidade e fornecedores. Tudo considerando suas necessidades físicas, emocionais e também digitais.
• Colaboração: quando temos pouca horizontalidade e as áreas não têm tanto diálogo, é mais difícil para a empresa se manter coesa na reação e adaptação a um grande desafio.
• Responsabilidade: empresas que apoiam a sociedade e também seus colaboradores, mantendo-os seguros e dando recursos para que eles cuidem de si mesmos. Isso demonstra compromisso em preparar melhor seu ecossistema para os desafios.
O desenvolvimento de uma soft skill importante como a antifragilidade precisa de esforço e investimento – não pode ser deixado para o acaso.
1. Desenvolva programas de treinamento ou rotações que ajudem os colaboradores a aprenderem de forma contínua
2. Aumente a integração entre as equipes, seja no espaço físico ou no remoto, com a ajuda da tecnologia
3. Construa confiança física, emocional, financeira e digital perante os seus públicos de interesse
4. Priorize saúde mental, bem-estar, diversidade e equidade
Aqui vale também levantar um ponto muito importante.
Nessa preparação da empresa, é fácil cair na armadilha de tentar blindá-la completamente.
Mas o verdadeiro objetivo aqui é construir uma base de confiança, flexibilidade e colaboração para evitar os grandes riscos, mas deixar espaço para tentativa, erro e transformação.
No entanto, nos últimos anos, as empresas passaram por um nível de volatilidade e desafios muito acima do normal.
E uma pesquisa da Gartner de 2021 revelou que 54% dos gestores de RH dizem que suas equipes se cansaram desse cenário.
Para os colaboradores, essa “fadiga da mudança” se manifesta de 3 formas:
Não é preciso nem dizer que apatia, frustração e burnout prejudicam o bem-estar e a performance dos times, o que repercute em resultados ruins para o negócio.
A mesma pesquisa da Gartner também diz que, quando a equipe confia na empresa, o time tem uma capacidade 2.6x maior de absorver mudanças.
Por isso, além de preparar uma base antifrágil na organização, devemos investir na habilidade das pessoas de absorver e lidar com mudanças de uma forma diferente.
E ir um passo além: conseguir usar essa capacidade em grupo – sendo uma equipe antifrágil. Na prática, um time que, quando as mudanças acontecerem, já possua mecanismos para absorver o inesperado com otimismo.
Ter um grupo de indivíduos antifrágeis não quer dizer que a equipe é antifrágil.
O grupo ainda pode ter falhas de comunicação, não saber lidar com conflitos e ter pouca segurança psicológica para errar sem ser julgado pela tentativa.
Então, primeiro, vamos definir o que é uma equipe antifrágil:
Aqui, podemos aplicar um dos conceitos do livro de Taleb chamado Via Negativa: as pessoas se desenvolvem mais pela subtração do que é ruim, do que pelo acréscimo do que é bom.
Ou seja: primeiro, para desenvolver um time antifrágil, o que é necessário PARAR de fazer? Veja duas sugestões:
E o que você pode COMEÇAR a fazer? Veja 4 ações práticas para ter times antifrágeis:
1. Avaliar a antifragilidade já no processo de recrutamento. Você pode medir a inteligência emocional, capacidade de improvisação e aprendizagem ágil dos candidatos já nessa etapa.
Confira aqui uma ferramenta que ajuda você a diagnosticar essa última habilidade.
2. Ser vigilante sobre a quantidade de estressores que a equipe está enfrentando, estimulando-a com responsabilidade. Expor os times à volatilidade precisa ser feito com noção dos limites da equipe e riscos para o negócio.
3. Ter mais membros da equipe com o poder de decisão: para serem antifrágeis, as pessoas precisam poder agir quando não têm todas as informações, ou quando uma previsão não está 100% clara.
4. Fazer simulações de crises também ajuda a desenvolver a antifragilidade das pessoas, pois elas podem tentar e errar com risco zero.
O líder antifrágil sabe que o seu time precisa passar por adversidades para se desenvolver.
E também respeita aquilo que já foi testado e comprovado, mas não a ponto de impedi-lo de colocar algo novo em prática.
Isso significa que, ao invés de usar somente o passado para determinar um caminho, ele também se baseia em hipóteses e na própria curiosidade.
A construção de um negócio e de equipes antifrágeis passa, invariavelmente, pela criação desse líder antifrágil.
Uma das maneiras de fazer isso é ajudar o gestor a criar uma base de segurança psicológica para a equipe. A segurança psicológica é a liberdade que as pessoas têm para interagirem e errar sem medo de represálias.
Na prática, ele deve construir um time que:
Outro ponto crucial para ter um líder antifrágil é treiná-lo mais em tomada de riscos e menos em gestão de riscos.
Veja algumas estratégias para atingir esse objetivo:
• Apresentar a estratégia Barbell: mais um conceito do livro de Nassim Taleb. Essa estratégia ensina a direcionar 90% dos seus esforços a coisas seguras, garantidas – e 10% deles a coisas de alto risco.
Trabalhando os extremos, é possível vencer seja qual for o resultado – se as ações “conservadoras” gerarem bons frutos, você terá investido a maior parte do seu tempo e esforço nelas. Se as arriscadas não derem certo, elas terão consumido só uma fração dos recursos. Se elas forem bem-sucedidas, o risco terá valido a pena.
• Trabalhar a diversificação de estratégias: um líder que consegue criar várias estratégias eficazes é um líder antifrágil, porque possibilita que a equipe se beneficie da incerteza, sem causar impactos sérios. A redundância e as opções são marcas da antifragilidade – se alguma estratégia falhar, sempre haverá uma próxima para colocar em prática.
• Criar uma cultura de feedback: que seja constante e transparente, onde as críticas construtivas possam expor vulnerabilidades e sejam combustível para o aprendizado e para a evolução. Confira aqui dicas para dar feedbacks que viram resultados.
• Reeducar o líder sobre o propósito: quando o propósito da empresa é claro para todo mundo, tanto gestor quanto equipe consegue tomar decisões melhores sob pressão, ambiguidade e falta de informações – tendo direcionamento de objetivos apesar das incertezas.
• Sugerir o ritual de debriefing: o debriefing é uma reunião focada em entender o que deu e não deu certo e o que foi aprendido depois de um determinado desafio. Ele tangibiliza a antifragilidade, colocando-a na rotina, e ajuda a sedimentar o aprendizado.
Somos a Conquer In Company, unidade de negócio da Escola Conquer voltada para empresas, e oferecemos treinamentos corporativos de soft skills, inovação e muitos outros para líderes e times.
Nossos objetivos principais são transformar a educação corporativa do Brasil, mudar comportamentos, gerar resultados e preparar empresas pro agora. Afinal, somos de empresa para empresa, mas principalmente somos de pessoas para pessoas.
Se você possui um desafio específico em Liderança ou Inteligência Emocional na sua equipe ou quer entender como nossas soluções educacionais se encaixam no seu negócio, converse com nosso time de especialistas em educação.
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