5 elementos de uma estratégia de upskilling de sucesso

É oficial: até 2030, poderão faltar até 18 milhões de trabalhadores qualificados no Brasil. 

De olho na longevidade, competitividade e impactos da transformação digital, as empresas estão superando esse desafio com estratégias de upskilling — o aprofundamento e atualização estruturada das habilidades dos seus times. 

E hoje, você vai descobrir quais elementos definem a qualidade de uma estratégia de upskilling e como trazê-los para a sua empresa.

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• Alinhamento com o negócio
• Equilíbrio de interesses
• Transparência e visibilidade
• Colaborador no centro
• Estrutura e processos confiáveis

1. Alinhamento com o negócio

Atingir os objetivos estratégicos do negócio é a grande prioridade dos executivos e lideranças. E um bom programa de upskilling também compartilha desse foco.

Para ter consciência dessas prioridades, precisamos estudar o planejamento da empresa e mapear qual conhecimento as equipes precisarão para cumpri-lo — trabalhando de trás para frente. 

• Se a empresa quer se expandir para outro país da América Latina, desenvolver o espanhol nos times deve estar no planejamento de T&D. 
• Se a empresa quer aumentar o reconhecimento da sua marca, as habilidades dos time de marketing devem continuar atuais e afiadas.

O próprio negócio também manifesta sinais de que algumas de suas questões podem ser resolvidas com upskilling. E você deve estar atento a eles:

Aqui vale um parênteses: mesmo sob a ótica do RH, nem todos os problemas do negócio serão resolvidos pelo upskilling. 

Você vai precisar de ferramentas diferentes para desafios diferentes — como recrutamento, reskilling, terceirização e automatização. Ter esse discernimento só reforça a sua visão estratégica e conexão com o negócio. 

• Saiba mais sobre programas de T&D: Treinamento e Desenvolvimento: tudo o que você precisa saber para uma estratégia bem-sucedida

E falando em conexão com o negócio, como conquistar apoio para as ideias de desenvolvimento como o upskilling?

Se você quer entregar impacto, comece por ele

Um C-level precisa ver o upskilling como ele é: um investimento que ajudará a empresa a se manter relevante e gerar resultados. 

Ajude-o a ter essa visão com uma apresentação impactante, que aponte a seriedade e estrutura do programa. Considere 3 eixos importantes do upskilling para nortear essa entrega:

• Urgência: mostrando o que acontece com negócios que não aprofundam as competências dos times. 
• Planejamento: detalhando o ponto de partida e de chegada do programa de upskilling, possíveis estratégias, indicadores, custos e processos. 
• Foco: priorizando cargos que serão mais afetados por mudanças ou os que mais aproximam o negócio de suas metas.

2. Equilíbrio de interesses

Embora os resultados de negócio sejam o norte do upskilling, cada parte envolvida no programa tem seus próprios interesses.

A diretoria quer ver o ponteiro do negócio se mexer. O colaborador quer uma experiência prazerosa, rápida e que o ajude a avançar na carreira. O líder quer saber como o upskilling vai afetar a rotina do time.

E nós, RHs, queremos ser mais estratégicos e mostrar nossa importância para o desenvolvimento do negócio. 

Como os guardiões do upskilling, geralmente cabe a nós conciliar todas essas vontades, já que o equilíbrio entre elas é fundamental para atingir os objetivos mencionados.

Com interesses, vem responsabilidades

Uma coisa deve estar clara: upskilling não se trata só de querer, mas também de dever. 

Todos devem conhecer suas responsabilidades e também as dos outros, criando a accountability necessária a todo projeto com vários interesses:

Comunicados os deveres, também é preciso acompanhá-los. Escolha embaixadores de cada grupo para participarem de momentos rápidos de alinhamento.

3. Transparência e visibilidade

Um bom programa de upskilling é comunicado com frequência e eficiência, tanto para dentro quanto para fora da empresa.

Dentro da empresa, ele precisa ser transparente, deixando claro:

• Por que está acontecendo
• Quais são suas possíveis implicações na carreira do colaborador
• Como e onde tirar dúvidas sobre ele 
• Qual é o conteúdo e como será disponibilizado
• Quando começa e quando termina
• E qualquer outro ponto que gere dúvidas 

Além dessa parte estrutural, o impacto do upskilling também precisa ser bem-comunicado para cumprir três grandes missões:

Mas não espere o fim do programa para falar de resultados. Mantenha-o vivo comunicando o avanço das pessoas nas trilhas e esteja perto das lideranças para conhecer seus efeitos nas métricas de negócio e na cultura. 

Além desse trabalho interno, falar sobre o programa de upskilling para além das paredes da empresa ajuda a fortalecer sua marca empregadora. 

Os programas de upskilling da Amazon, por exemplo, são comunicados para o público de forma simples, mas eficaz — possuem uma página dedicada no site da empresa, aparecem em suas redes sociais e têm seus resultados publicados. 

Já outras empresas investem um pouco mais — a PwC, por sua vez, fez um mini-documentário sobre suas iniciativas. 

Seja qual for a sua estratégia, isso ajuda o negócio a comunicar sua preocupação em manter os colaboradores atuais e futuros participando da nova economia. 

4. Colaborador no centro

Você pode ter montado o programa de desenvolvimento perfeito — trilhas assertivas, conteúdo incrível e C-levels dando apoio total ao projeto.

Mas sem a confiança e o engajamento de quem será capacitado, é bem mais difícil atingir os objetivos de aprendizado, e, consequentemente, de negócio.

Afinal, vale lembrar que uma carreira é apoiada pela liderança e facilitada pela empresa, mas pertence ao colaborador.

Ou seja, um bom upskilling é cocriado com ele ou ela. E é alimentado com conversas sobre carreira, sonhos e objetivos da força de trabalho. 

Essa é justamente uma das premissas do programa Connected Learning da Accenture, que investiu quase 1 bilhão de dólares no upskilling e reskilling dos seus times: 

Mas você não precisa de um investimento na casa dos dez dígitos para criar essa realidade na sua empresa. Veja algumas ações simples para transformar o colaborador em protagonista do aprendizado:

• Escute o que ele quer para o seu futuro pessoal e profissional. Este feedback ajuda você a escolher o conteúdo, formato, duração e participantes das iniciativas de upskilling, conectando objetivos da empresa e objetivos do colaborador. Além de enriquecer a experiência e contribuir com a retenção do profissional. 

• Verifique com a liderança se o conteúdo oferecido de fato ajuda a resolver desafios reais do time, e está de acordo com seu nível médio de senioridade. Isso demonstra um cuidado extra com o colaborador. 

• Dê opções para que cada pessoa escolha como quer aprender. Uma única aula, por exemplo, pode estar disponível em formato de vídeo, áudio e transcrição, acomodando as preferências.

• Muito do aprendizado corporativo acontece de forma social e informal, com um colaborador ensinando o outro. Inclua esse elemento social na jornada de upskilling também, dando oportunidades para que as pessoas troquem ideias, feedbacks e se motivem. 

• Isso pode ser feito através de chats, fóruns e grupos, e tem um efeito significativo no aprendizado. Ao incluir momentos de interação social, a Harvard Business School aumentou a taxa de conclusão de seus cursos online em 85%. 

• Todo protagonista também tem grandes responsabilidades. Demonstre a seriedade do programa de upskilling com um acordo por escrito com o colaborador, detalhando toda a jornada e o que é esperado dele durante o período. 

5. Estrutura e processos confiáveis

O programa de upskilling precisa passar segurança para quem aprende e credibilidade para quem o apoia. Para quem olha de fora, ele precisa ter tanto aparência quanto estrutura de um programa sério. 

Na prática, isso significa criar uma iniciativa que:

• Tenha todas as suas engrenagens e processos documentados
• Consiga responder e antecipar as dúvidas e inseguranças dos seus stakeholders 
• Seja possível de acompanhar e de medir o impacto

A seguir, você confere algumas perguntas, separadas por esferas, cujas respostas um bom programa de upskilling precisa ter na ponta da língua.

Negócio

• Quais são os custos do programa? 
• Como ele se encaixa no planejamento estratégico?
• Existe uma forma de se tornar autossustentável?
• Quais são os resultados esperados?

Ambiente 

• O aprendizado será presencial, online, ou híbrido?
• De quais tecnologias ou plataformas precisaremos?
• O ambiente é agradável e facilita o aprendizado?

Conteúdo

• Quanto tempo dura o programa? 
• Quem são os professores?
• Quais serão os formatos de conteúdo?
• O que será ensinado em cada etapa?
• Quais serão os materiais de apoio?
• Como serão os momentos de prática e interação? 
• Está próximo da realidade da empresa?

Participantes

• Quais times devem passar primeiro pelo upskilling?
• No geral, quais são seus estilos preferidos de aprendizagem?
• Quais são os objetivos pessoais e profissionais deles?
• Como enxergamos seu futuro na empresa?

Cerimônias

• Quando acontece o kick-off e o fechamento?
• Quais serão os checkpoints ao longo do caminho?
• Precisaremos de outras reuniões ao longo do programa?

Avaliação

Como os impactos do programa serão mensurados? Uma alternativa é usar o modelo Philips de avaliação de atividades de treinamento, que propõe uma leitura em 5 níveis:

Ao invés de criar toda essa estrutura sozinho(a), você pode buscar parceiros para facilitar o trabalho.

Aqui na Conquer In Company, temos uma solução essencial para montar um programa de upskilling que gera resultados e credibilidade: o Conquer Plus para Empresas, plataforma que une educação corporativa e gestão da aprendizagem. 

Com dashboards inteligentes e intuitivos, você acompanha de perto o desenvolvimento das equipes, enquanto elas adquirem as habilidades mais valiosas do mercado através de trilhas personalizadas. São mais de 100 cursos e centenas de horas de conteúdo atual e aplicável.

Um problema complexo

Se o upskilling parece uma solução complexa, é porque ele procura resolver um problema complexo — preparar o negócio e seus colaboradores para um futuro cada vez mais imprevisível. 

Mas, com persistência e organização, ele é capaz de dar frutos. 

Falando em frutos, quero deixar você com uma fala de Sonia Malik, líder de desenvolvimento de colaboradores na IBM, e que resume o objetivo a longo prazo do upskilling.